Aurélio Bona, integrante da Unati (Universidade Aberta à Terceira Idade) conta sua história de vida e superação. Comprovando que há muitas maneiras de escrever uma história, mas nenhuma pode existir sem personagens. Depois de ter vencido um acidente, ele fala das inúmeras maneiras de encarar e vencer os obstáculos da vida.
“Quando fiz o contorno do trevo, vi um carro com o pisca alerta ligado do outro lado da pista e por um momento achei que daria tempo de atravessar, até que escutei uma freiada e senti o impacto na roda dianteira da Kombi que dirigia”, explica Aurélio.
Foto: Mariana Rudek
Aposentado por invalidez há nove anos, Bona relata as lembranças que restaram do acidente ocorrido no dia 24 de abril de 2000. “Recordo-me que após o impacto levei a mão na chave para desligar o motor e, depois, escutei uma explosão”. Apesar das sequelas do acidente, como exemplo a deficiência mental, o aposentado descreve os momentos da infância: “trabalhei na lavoura desde criança”. Em União da Vitória, onde nasceu, cursou até o 3º ano do ensino fundamental. As dificuldades financeiras da família, na época, transformaram o sonho de estudo em dedicação total à lavoura. “Após anos de rotina na lavoura resolvi recuperar o tempo perdido e tentar um emprego melhor”, relata. Deste modo, a família mudou-se para o município de Canta Galo, que, na época, era um distrito de Guarapuava. Desde então, as transformações começaram a surgir. “Em 1959 me casei e, como frutos desta união, tive sete filhos, sendo três meninas e quatro homens”. Distante dos estudos e da formação profissional, Bona encontrou a oportunidade de emprego que deu sustentabilidade financeira para sua vida. “Comecei a trabalhar no parque de máquinas da prefeitura”.
Ainda neste período, ele presenciou a divisão de municípios na região, proporcionada pela briga de partidos políticos. Descontente com as propostas da oposição me candidatei a vereador, porém não obtive a pontuação necessária para exercer a função”. O período foi marcado, também, pelo incidente que mudou o seu trajeto de vida. “Trabalhando, ainda, pela prefeitura de Canta Galo sofri um acidente, enquanto cumpria o horário como motorista de uma Kombi”.
Em conseqüência do imprevisto, o aposentado permaneceu por trinta e oito dias em coma. Após uma série de exames, as reações ao tratamento e os primeiros sinais de melhora foram surgindo. “Com muito esforço, dedicação e fisioterapia voltaram, embora em lento processo, os movimentos das mãos e dos pés”. O aposentado se emociona ao contar que durante o período de recuperação sofreu com a instabilidade da memória. “Nos primeiros dias o fisioterapeuta me perguntava quem eram as pessoas, envolta de mim. Eu respondia apenas que eram homens ou mulheres, sem saber que na realidade eram meus filhos”. Ele ainda explica: “o exercício fisioterapeutico me acompanhou por um longo período e ainda assim sinto dificuldade para relembrar alguns fatos”. Além disso, o acidente deixou outra seqüela. “Nunca mais peguei em um volante”, relatou com emoção.
Como parte da recuperação, Bona passou a freqüentar a Unati, Universidade Aberta à Terceira Idade, que desenvolve programas de conhecimento humano e cultural, na Unicentro. “Ingressei na Unati aproximadamente há seis anos e, desde então, as atividades vêm contribuindo muito para o meu bloqueio mental e, ainda, encontrei a oportunidade de enriquecer o pouco conhecimento cultural que eu tinha, apesar das controversas da vida, com muita determinação estou vencendo os obstáculos”. Casado há cinqüenta anos, Bona tem como lição de vida sua própria história e, ainda, orgulha-se da família. “As dificuldades encontradas foram momento de muitos aprendizados, que somente com o amor da minha família fui capaz de enfrentar”.
Editado por Nathana D'Amico
Como parte da recuperação, Bona passou a freqüentar a Unati, Universidade Aberta à Terceira Idade, que desenvolve programas de conhecimento humano e cultural, na Unicentro. “Ingressei na Unati aproximadamente há seis anos e, desde então, as atividades vêm contribuindo muito para o meu bloqueio mental e, ainda, encontrei a oportunidade de enriquecer o pouco conhecimento cultural que eu tinha, apesar das controversas da vida, com muita determinação estou vencendo os obstáculos”. Casado há cinqüenta anos, Bona tem como lição de vida sua própria história e, ainda, orgulha-se da família. “As dificuldades encontradas foram momento de muitos aprendizados, que somente com o amor da minha família fui capaz de enfrentar”.
Editado por Nathana D'Amico
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