sábado, 21 de maio de 2011

Projeto Jovens em Ação comemora 10 anos

Katrin Korpasch


Desde o final de 2000 as crianças e adolescentes de famílias de baixa renda de Entre Rios têm a oportunidade de aprender, obter uma formação e criar novas expectativas de vida. O que oportuniza tudo isso é o “PROJEÇÃO - Projeto Jovens em Ação”. Ele surgiu com força há 10 anos, apoiado por comunidades religiosas, escolas, empresas, voluntários da própria comunidade e pela Associação de Senhoras Beneficentes de Entre Rios e esse ano será cheio de surpresas. “Vamos fazer do ano de 2011 um ano de comemoração: com eventos, reunião de ex-alunos e muito mais”, explica a coordenadora do Projeção Mirian Ratz.

Em maio de 2001 o projeto foi assumido juridicamente pela Associação, e foi registrado no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. A partir de então, ele passou a ter também o apoio da Prefeitura de Guarapuava, que contratou a pedagoga Cristiane Zuber para atuar no projeto. Naquele ano os parceiros do Projeção começaram uma campanha para angariar fundos para a construção da sede do projeto. “Até então as oficinas funcionavam em diferentes locais. As atividades eram realizadas na Casa das Irmãs Mercedárias, na Associação de moradores e no Colégio Estadual Dom Pedro I”. Com o dinheiro em mãos começou a obra.

Com 15 oficinas e 112 alunos matriculados, foi inaugurada a sede em 2002. “Depois disso, a comunidade foi se envolvendo cada vez mais com essa causa e o número de alunos, voluntários e oficinas foi aumentando”, diz Cristiane. Com esta situação o espaço físico do projeto ficou pequeno. Com o apoio da Prefeitura a ação social passou a receber recursos do FIA- Fundo para a Infância e Adolescência. Assim, foi possível começar uma nova etapa do projeto, a construção de uma sede maior, que possibilitou uma maior participação e envolvimento da comunidade no Projeção. Em 2005 o novo prédio foi inaugurado.

Agora, 10 anos depois, os números deram um salto: são 429 alunos matriculados, 270 famílias atendidas, 77 voluntários e mais 25 membros no conselho social do projeto, além de funcionários e estagiários. De segunda a sábado são ofertadas oficinas de trabalhos manuais, esportes, cultura, informática, yoga, culinária e reforço escolar. Há também outras atividades internas como parceria com centros esportivos e realização de competições esportivas, por exemplo. E ainda atividades externas que envolvem toda a comunidade como realização de eventos e participações em festas. “Quando o projeto surgiu, a ideia era tirar as crianças da rua, dar a elas um espaço para aprender e conviver com outras crianças. Até hoje o projeto não deixou de ser esse espaço. Mas o mais importante, depois de 10 anos, é que o Projeção está muito mais maduro, tendo uma concepção diferente. Agora, até os 14 anos os alunos participam mais de oficinas de esportes, música, artes. Depois dessa idade nós procuramos direcioná-los para os cursos de preparação para o mercado de trabalho”, explica a coordenadora Mirian Ratz. “O projeto firmou parcerias com empresas de cursos profissionalizantes, de línguas, colégios e outras entidades que têm essa visão social e querem investir em trabalhos que dão certo”.


Além de todas estas atividades já mencionadas, o Projeção também oferece uma atividade familiar. Ao fundo da sede do projeto há canteiros, hortas para que as famílias dos jovens possam plantar legumes e verduras. Para complementar, o projeto ainda oferece atendimento psicológico para pais e filhos. “Oferecemos para eles novas expectativas de uma vida melhor, que às vezes, os pais ou avós não tiveram. Uma oportunidade de crescer, de sonhar também. Temos um contato muito grande, em nossa comunidade, com a criminalidade e o uso de drogas é altíssimo. Então convivemos com famílias que têm essas dificuldades. Poder olhar para um jovem e ver que ele conseguiu tomar um rumo deferente, é uma vitória”. Mas para que isso aconteça cada vez mais, o projeto vem se preocupando com a família desses jovens. Além dos cursos e oficinas, o projeto realiza um trabalho pedagógico de acompanhar toda a família. Saber como ela vive. “O contato com a família é fundamental para haver uma melhora. Porque se a gente trabalha com o jovem aqui, mas na família continua tudo igual, nada muda”, revela Mirian.

Este projeto com certeza mudou e está mudando para melhor a vida dos mais de 3000 jovens que já participaram durante esses dez anos. “Nossa maior conquista é saber que se desses 3000 adolescentes que passaram pelo projeto nos 10 anos já conseguimos muita coisa. A gente não consegue 100% mas nós damos a oportunidade”, conclui.


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