quarta-feira, 25 de maio de 2011

Projeto recicla óleo vegetal em Guarapuava

A atividade começou em outubro do ano passado e está no terceiro mês de coletas


Katrin Korpasch


A destinação incorreta do óleo vegetal usado gera um efeito danoso ao meio ambiente e também prejudica a economia, um exemplo disso é quando a água contaminada pelo óleo vegetal, geralmente o de cozinha, para se tornar potável necessita de uma purificação mais demorada e mais cara. Pensando nisso, foi criado em Guarapuava o projeto SOS Óleo Vegetal. Na cidade são aproximadamente 60 mil litros de óleo vegetal usado jogados por mês na rede de esgoto.

O empresário idealizador do projeto, Gilson Tschá, explica que a atividade surgiu com três objetivos principais. “O primeiro é o ambiental, evitar a poluição que o óleo causa. O segundo é social, fazer gerar dinheiro para vários setores de algo que até hoje era jogado fora. E o último objetivo é o educacional, ensinar a importância da reciclagem, não só do óleo, mas de vários outros materiais”.

O funcionamento é simples, toda a comunidade pode participar. Em estabelecimentos como restaurantes, lanchonetes e bares são deixados tonéis de 30, 50 ou 80 litros. Quando estiverem cheios, representantes do projeto as recolhem e levam o óleo para a sede. Nas residências o processo é diferente. O óleo vegetal usado deve ser acondicionado em garrafas pet, quando esta estiver completa, é só deixá-la nos ecopontos, que são locais na cidade em que há tambores identificados com a logomarca do SOS, próprias para depositar garrafas de dois litros. “Hoje os nossos pontos de coleta são todas as escolas municipais e estaduais, igrejas, supermercados, mercados de bairro e universidades”.





Após o recolhimento

Depois de coletado, o óleo vegetal usado segue para o galpão do projeto. “Lá ele é filtrado, tira-se a gordura que é solta dos alimentos, e os resíduos. Depois disso o óleo é vendido para outras empresas, que o utilizarão para fabricar ração animal, sabão, biodiesel e cosméticos”, explica Gilson. As garrafas pet coletadas nos ecopontos são limpas e enviadas para associação de catadores de materiais recicláveis.

Estabelecimentos em que a SOS recolhe o óleo recebem uma certificação. “Esse certificado é importante para essas empresas porque uma lei estadual dá incentivos a reciclagem do óleo de cozinha. Os proprietários que fazem a destinação correta obtêm desoneração progressiva de impostos estaduais, além de linhas de crédito especiais para investir no negócio. Ou seja, além da natureza, os proprietários dessas empresas também são beneficiados”, explica Gilson Tschá.



Divulgação e conscientização

O primeiro passo foi legalizar a empresa, o segundo implantar os ecopontos e o agora a empresa concentra os trabalhos na divulgação. “O apelo ambiental não é algo de Guarapuava, é do mundo. Todos estão apoiando a causa, vemos que muitas pessoas estão sentindo essa necessidade. Temos que conscientizar o mais rápido possível a comunidade para que ela participe, entenda o quanto o óleo vegetal usado solto na natureza é prejudicial ao meio ambiente, à economia e a nós mesmos”.

Depois de levar o projeto aos bares e restaurantes o SOS, que atua em Guarapuava, Prudentópolis, Turvo, Palmeirinha, Pinhão e Pitanga, pretende trabalhar com crianças, adolescentes e jovens e firmar parcerias com empresas da região. Uma dessas parcerias é com o Colégio Carneiro Martins. “Os alunos que estão se formando em Técnico Ambienal vão aos colégios fazer a divulgação do projeto. São adolescentes falando para adolescentes”, revela Gilson.

O SOS Óleo Vegetal estuda ainda várias outras parcerias e projetos: com uma empresa que fabrica óleo vegetal para atuar com logística reversa, com a Unicentro para a impressão de gibis destinados à conscientização ambiental de crianças de 1ª a 4ª séries, atuar nas escolas incentivando a coleta do óleo através de prêmios em dinheiro, por exemplo.

Para Gilson, “o óleo jogado no lixo, no ralo da pia ou no solo entope a rede de esgoto, as caixas de gordura, impermeabiliza o solo, contamina os rios e compromete a vida aquática e a nossa alimentação. Por isso a importância da coleta. Talvez nós nem vejamos resultado, mas as futuras gerações verão”.







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