segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Técnica de hipnose é utilizada no tratamento de doenças

Poliana Kovalyk

A Reprogramação Neurodimensional (RND) é uma técnica com base na hipnose científica, que tenta resgatar na história de vida do paciente registros que determinam a atual condição existencial, a fim de ajudar no processo de controle e melhorar a sua qualidade de vida. Além disso, como afirma o terapeuta e hipnólogo Philipe Wagatsuma Vilhena Granado, a RND é uma técnica bastante utilizada no tratamento de doenças e traumas. “A gente utiliza a regressão dentro da hipnose porque você consegue trazer do inconsciente 80% das informações que estão guardadas, dependendo do nível da hipnose. Quanto mais ampla e profunda a hipnose, mais fácil é trabalhar as informações. Então quando você traz esse 100% das informações, você consegue ter acesso às memórias daquela pessoa e dar ênfase na regressão de forma terapêutica, de forma completa. Então você volta no dia de ontem, no dia de ante ontem”.

Essa é uma técnica antiga, mas que há pouco começou a ser desmistificada e difundida. Há indícios de que a hipnose já vinha sendo utilizada na antiguidade, em rituais por povos antigos como os maias, os astecas, os persas e os gregos. Mas ela começou a ser estudada realmente por volta de 1880, por Franz Anton Mesmer, que introduziu a técnica de hipnose na medicina acreditando nela como forma de curar as pessoas. Mesmo sendo perseguido por outros médicos e sendo taxado como charlatão, foi a partir dele que se iniciaram novas pesquisas sobre o tema, a procura de respostas para esse, que é um efeito natural dos seres humanos.

Atualmente, a hipnose está muito mais difundida, porque começou a se perder o medo da técnica. Hoje, ela é aplicada com êxito crescente em uma gama muito grande de distúrbios e patologias que afetam o homem. “Colocando a pessoa em hipnose, ela fica mais suscetível a receber sugestões, direcionamentos. A técnica de hipnose não é nada de outro mundo, tem que ter dom. É uma coisa natural intrínseca aos seres vivos que possuem capacidade de raciocínio”, explica o hipnólogo. Sabe-se que a técnica, utilizada de forma correta, pode ajudar em distúrbios comportamentais, problemas psico-somáticos, compulsões, insônia, manias, depressão, obesidade, vícios de todos os tipos, complexos, baixa auto estima, ansiedade, eczema, enurese, enxaqueca, estresse, fobias, frigidez, gagueira, tira a timidez, aumenta a capacidade de memorização, a segurança, melhora o desempenho físico, mental e sexual alterados, entre outros.

Para alcançar um bom nível de transe hipnótico, o paciente precisa confiar no terapeuta, se sentindo seguro e confortável, e para isso, na Reprogramação Neurodimensional, utiliza-se poltronas, macas, sofás e divãs confortáveis, que possam favorecer a situação de relaxamento. Pode-se dizer que mais de 90% dos atendimentos levam a um nível hipnótico adequado para aplicar-se uma boa terapia. “Todo mundo é hipnotizável de alguma forma. Estatisticamente, na hipnose, 98% da população está, pelo menos, no nível 1 da hipnose, que é o sugestionamento mais brando, como pedir para o paciente piscar. Há vários níveis da hipnose, mas todas as pessoas podem aprofundar seu nível. Por exemplo, uma pessoa que está no nível 2 pode chegar ao nível 3, porém, uma pessoa que é nível 4 nunca chegará ao nível 5, que é considerado pleno”.

O terapeuta e hipnólogo Philipe Wagatsuma explica que a hipnose é utilizada para buscar as informações contidas na memória, e assim, tratar doenças e problemas emocionais


Eficaz, mas perigosa forma de tratamento

Atualmente no Brasil não existe uma legislação que trate diretamente da hipnose, mas ela é bastante utilizada por médicos, pedagogos e odontólogos no tratamento de problemas e doenças. Muitas vezes essa torna-se uma importante ferramenta terapêutica utilizada pelos profissionais para reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos, para reduzir os desconfortos e ajudar na aceleração dos tratamentos.

Philipe garante a eficiência da hipnose no tratamento de certas doenças, desde que haja uma relação de confiança entre terapeuta e paciente, porém, por se tratar de uma profissão desregulamentada, e por se tratar muitas vezes de traumas e problemas emocionais das pessoas, essa pode se tornar uma técnica perigosa, assim como explica o psicólogo Dhyone Schinemann. “Há, porém alguns fatores a serem considerados antes de tratarmos tal técnica isolada como uma panacéia, capaz de aplacar todos os males do corpo e da mente, bem como devemos tomar o cuidado de, por enquanto, não tratarmos como uma profissão nem a Hipnose, nem a Grafologia, por exemplo, ambas as técnicas auxiliares de grande valor”. Dhyone explica que, antes de tudo, é importante ressaltar que não trata-se de algo simples que qualquer um pode aplicar. “Uma dor de cabeça que poderia ser aplacada pelo uso da hipnose, por exemplo, pode esconder muitas outras problemáticas como hipertensão, sinusites, problemas de visão ou neurológicos até mesmo tumores, sendo que a aplicação não só da hipnose, mas de qualquer técnica isoladamente por pessoa não capacitada poderia agravar muito qualquer uma destas condições”.

A hipnose leva o paciente ao estado de relaxamento consciente. E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a técnica não envolve pêndulos, nem uma atmosfera de mistério, como a hipnose de palco

Para alcançar um bom nível de transe hipnótico, o paciente precisa confiar no terapeuta, se sentindo seguro e confortável, e para isso, na Reprogramação Neurodimensional, utiliza-se poltronas, macas, sofás e divãs confortáveis, que possam favorecer a situação de relaxamento. Pode-se dizer que mais de 90% dos atendimentos levam a um nível hipnótico adequado para aplicar-se uma boa terapia. “Todo mundo é hipnotizável de alguma forma. Estatisticamente, na hipnose, 98% da população está, pelo menos, no nível 1 da hipnose, que é o sugestionamento mais brando, como pedir para o paciente piscar. Há vários níveis da hipnose, mas todas as pessoas podem aprofundar seu nível. Por exemplo, uma pessoa que está no nível 2 pode chegar ao nível 3, porém, uma pessoa que é nível 4 nunca chegará ao nível 5, que é considerado pleno”. Quanto mais profundo o transe, maior é a sugestibilidade. Isso não significa que o paciente estará sujeito à todo sugestionamento que lhe é feito, visto que ele fica todo tempo em plena consciência, tendo condição de pensar e sentir livremente. A hipnose é uma alteração do estado de consciência, no qual o indivíduo continua consciente e relaxado.


O uso incorreto da técnica hipnótica pode trazer à tona situações de desconforto ou desequilíbrio emocional, piorando o quadro do paciente

Ainda que o hipnotizador possa produzir somente um transe leve ou médio, ele não pode impedir que a técnica aproxime o paciente de perspectivas negativas de sua vida, podendo levá-lo ao desequilíbrio emocional, então, ao invés de ajudar, a hipnose acaba piorando seu estado clínico.

Outro problema é que tal técnica aumenta a capacidade de uma pessoa ser sugestionada, e quanto mais profundo o transe, maior sua sugestibilidade, assim, suas habilidades críticas são reduzidas ao ponto de aceitar, sem discernimento, tudo aquilo que lhe é posto no estado de transe. O hipnólogo afirma que um hipnotizador não pode levar o paciente a fazer alguma coisa contra sua própria vontade, visto que, durante a hipnose ele fica todo tempo em plena consciência, tendo condição de pensar e sentir livremente, porém, há controvérsias sobre o assunto.

Assim, a hipnose pode ser utilizada tanto como um fundamental instrumento no tratamento de problemas, mas seu mau uso pode causar sérios danos ao hipnotizado e, por isso, exige-se muito cuidado. Deste modo, é importante a procura por profissionais competentes, ligados à conselhos profissionais que regulamentam esta e outras práticas, tais como a Psicologia, a Medicina e a Odontologia que já fazem uso da Hipnose de modo ético e orientado dentro de seus pressupostos teóricos.

Editado por Vinicius Comoti

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