domingo, 12 de junho de 2011

Grupo de apoio ajuda casais em processo de adoção

Poliana Kovalyk

Além da demora no poder judiciário, um dos principais entraves para solucionar os problemas de adoção no Brasil é a decisão dos casais de adotar uma criança. É que a maioria das pessoas busca os mesmos estereótipos da criança de pele branca, do sexo feminino e recém nascida. Além desses problemas, nem sempre a família está realmente preparada para receber uma criança.

A adoção é uma experiência humana que necessita de debate, de troca de experiências, de reflexão, e, por isso, em 2009, foi sancionada uma lei que prevê o acompanhamento de casais que tenham interesse em adotar crianças e também aqueles que já adotaram. Em Guarapuava, o Grupo de Apoio à Adoção vêm dando o suporte necessário aos casais através de reuniões de pessoas que passam ou já passaram por experiências neste processo de habilitação, relatando e discutindo assuntos ligados ao preparo para a construção da paternidade e maternidade adotiva. “O nosso grupo começou em vista da dificuldade encontrada por casais na adoção de crianças tardias, que são as crianças mais crescidas, a partir de dois anos de idade. Depois da obrigatoriedade desse grupo de apoio, nós continuamos, mas de uma forma mais abrangente”, conta a assistente social Luciana Almeida, que desempenha essa função em Guarapuava.

As dúvidas dos casais às vezes atrapalham no processo de adoção. Os grupos de apoio vêm com a intenção de ajudar a superar medos e inseguranças

O objetivo é esclarecer as dúvidas dos interessados em adotar uma criança, fortalecendo os vínculos na convivência familiar. Essa troca de experiências entre os casais, explica Luciana, é essencial na adaptação da criança e dos pais no novo ambiente familiar. “É uma troca de experiências com quem ainda não adotou, com quem vai adotar e com quem pretende. É uma forma de estar em contato direto com o casal, ajudando antes e depois da adoção, e auxiliando na adaptação, que é nosso principal objetivo”.

São muitas as mudanças ocasionadas após o período de gestação, como os fatores psicológicos e sócio-econômicos. E assim como na gestação, no processo de adoção, os pais adotivos também sofrem modificações, exercendo e sofrendo grande influência. Todo este processo implica numa nova configuração nas relações, rotinas e relacionamentos familiares.

Kelly Pino e Gilmar Melo, por exemplo, apesar de estarem ainda no início do processo de adoção, já tiraram muitas de suas dúvidas ao participarem do projeto. “Eu acredito que esse projeto ajuda, e muito, os casais. Só nestes encontros em que viemos, a maioria das dúvidas que tínhamos já se esclareceram. Antes dele eu tinha muita dúvida e esse contato com quem já adotou, com quem participa, me esclareceu muito a respeito”.

O Grupo de Apoio à Adoção auxilia os casais a como tratar dos conflitos gerados durante e após a adoção. O maior objetivo do grupo é ajudar na adaptação no novo ambiente familiar

Editado por Gabriela Titon

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