Poliana Kovalyk
Além da demora no poder judiciário, um dos principais entraves para solucionar os problemas de adoção no Brasil é a decisão dos casais de adotar uma criança. É que a maioria das pessoas busca os mesmos estereótipos da criança de pele branca, do sexo feminino e recém nascida. Além desses problemas, nem sempre a família está realmente preparada para receber uma criança.
A adoção é uma experiência humana que necessita de debate, de troca de experiências, de reflexão, e, por isso, em 2009, foi sancionada uma lei que prevê o acompanhamento de casais que tenham interesse em adotar crianças e também aqueles que já adotaram. Em Guarapuava, o Grupo de Apoio à Adoção vêm dando o suporte necessário aos casais através de reuniões de pessoas que passam ou já passaram por experiências neste processo de habilitação, relatando e discutindo assuntos ligados ao preparo para a construção da paternidade e maternidade adotiva. “O nosso grupo começou em vista da dificuldade encontrada por casais na adoção de crianças tardias, que são as crianças mais crescidas, a partir de dois anos de idade. Depois da obrigatoriedade desse grupo de apoio, nós continuamos, mas de uma forma mais abrangente”, conta a assistente social Luciana Almeida, que desempenha essa função em Guarapuava.
O objetivo é esclarecer as dúvidas dos interessados em adotar uma criança, fortalecendo os vínculos na convivência familiar. Essa troca de experiências entre os casais, explica Luciana, é essencial na adaptação da criança e dos pais no novo ambiente familiar. “É uma troca de experiências com quem ainda não adotou, com quem vai adotar e com quem pretende. É uma forma de estar em contato direto com o casal, ajudando antes e depois da adoção, e auxiliando na adaptação, que é nosso principal objetivo”.
São muitas as mudanças ocasionadas após o período de gestação, como os fatores psicológicos e sócio-econômicos. E assim como na gestação, no processo de adoção, os pais adotivos também sofrem modificações, exercendo e sofrendo grande influência. Todo este processo implica numa nova configuração nas relações, rotinas e relacionamentos familiares.
Kelly Pino e Gilmar Melo, por exemplo, apesar de estarem ainda no início do processo de adoção, já tiraram muitas de suas dúvidas ao participarem do projeto. “Eu acredito que esse projeto ajuda, e muito, os casais. Só nestes encontros em que viemos, a maioria das dúvidas que tínhamos já se esclareceram. Antes dele eu tinha muita dúvida e esse contato com quem já adotou, com quem participa, me esclareceu muito a respeito”.
O Grupo de Apoio à Adoção auxilia os casais a como tratar dos conflitos gerados durante e após a adoção. O maior objetivo do grupo é ajudar na adaptação no novo ambiente familiarEditado por Gabriela Titon
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