quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pequena atitude que faz a diferença

A doação de medula óssea é importante e não causa danos aos doadores

Yarê Protzek

Boa parte das pessoas já ouviu falar sobre a doação de medula óssea e como ela pode ser fundamental para quem precisa. Contudo, ainda há algumas dúvidas e receios sobre como ocorre o processo de doação, se há algum perigo para o doador, entre outras questões.

A professora de enfermagem Vanessa Neroni comenta que o transplante de medula óssea é importante "para ajudar pacientes que possuem leucemia, linfomas ou algum tipo de anemia mais grave. É uma alternativa buscada quando todos os demais tratamentos possíveis já não fazem mais efeito. O transplante da medula óssea é uma possibilidade de salvar a vida da pessoa".

Todos aqueles que possuem entre 18 e 65 anos e têm boa saúde podem fazer o cadastro para serem doadores. Não é necessário estar em jejum e mesmo quem já teve alguma doença, como a hepatite, por exemplo, pode ser doador. No cadastramento, são respondidas algumas perguntas e coletado cerca de 5 ml de sangue para se fazer a análise de compatibilidade. A coleta de sangue define as características genéticas do doador e essas informações vão para o banco de dados, no qual são feitas outras análises para verificar se há compatibilidade com aqueles que necessitam do transplante.

Vanessa também explica que ao realizar o cadastramento o nome do doador vai para um banco de dados nacional. De acordo com o Incra (Instituto Nacional do Câncer), há aproximadamente 2 milhões de pessoas cadastradas para a doação de medula óssea. Contudo, se alguém de outro país precisar do transplante e for compatível com algum doador, este também pode ser feito. “Pode ser que alguém da Alemanha, por exemplo, seja compatível com algum doador daqui. Se isso ocorrer, a pessoa vai para Curitiba, faz todos os exames necessários, lá eles retiram a medula óssea que vai ser levada até o paciente que precisa. Em Curitiba, o doador tem todas as despesas pagas como hotel e passagem para ela e mais um acompanhante durante todo o período de doação”.


O cadastramento é a primeira etapa para ser doador de medula óssea

O transplante não é um processo complicado. A medula é retirada do interior dos ossos da bacia e se recompõe em aproximadamente 15 dias. O interessado não precisará mudar os seus hábitos para a doação, que é feita em centros cirúrgicos com anestesias e dura em torno de duas horas. São retirados no máximo 15% de medula, o que não compromete a saúde do doador.

Cadastramento em Guarapuava

O cadastramento de mais doadores é de suma importância, já que, de acordo o Inca, a chance de encontrar uma medula compatível é de uma em 100 mil pessoas.

Levando em consideração a importância da doação de medula óssea, em junho foi realizada no campus Santa Cruz da Unicentro a campanha de cadastramento para doadores. No primeiro dia, foram preenchidos cerca de 300 cadastros e no segundo, uma média de 250. A ideia de realizar a campanha surgiu dos alunos de administração da universidade com o intuito de ajudar a filha da professora Karin Franciosi, que tem dez anos e precisa do transplante de medula óssea. “Não é só a minha filha que pode se beneficiar com a campanha. Existem muitas outras pessoas que procuram um doador compatível, por isso estamos na luta para conseguir mais adeptos a causa”.

Estudante Mariana se prepara para a coleta de sangue

A estudante de letras Mariana Kawano compareceu no primeiro dia da campanha. “É importante fazer o cadastramento porque a gente pode salvar a vida de outras pessoas que precisam. Muitos dependem da medula óssea para o tratamento. Com a doação, podemos salvar a vida de alguém e isso é muito gratificante”.

Aqueles que não residem em Guarapuava ou não tiveram a oportunidade de comparecer no dia da campanha, também podem se cadastrar. O hemocentro de cada cidade realiza o cadastramento todos os dias, basta apenas ir até lá e pedir para preencher o cadastro.

Fila para o cadastramento de medula óssea no campus Santa Cruz

Editado por Yorran Barone

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