sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bicicross guarapuavano conquista bons resultados


Apesar do pouco apoio, equipe local já levou títulos do Paranaense e do Sul-Brasileiro. Além de troféus no Brasileiro e na Copa Internacional na categoria individual

Yorran Barone

Nosso município possui um esporte que vive um paradoxo. Mesmo com o pequeno apoio, principalmente financeiro, o bicicross local surpreende, pois conquista há anos bons resultados, colaborando com a consolidação da prática.

Praticado desde o final da década de 80 na cidade, os competidores já somam vários títulos. Desde 2008, na categoria por equipes, os representantes guarapuavanos foram campeões Paranaenses e do Sul-Brasileiro. No individual, as conquistas citadas adicionam-se ao Brasileiro e a Copa Internacional.

Segundo o presidente da equipe de bicicross, Felipe Maciel, mais conhecido como Paçoka, a prática figura entre as melhores do Paraná, devido à superioridade em relação aos adversários da região. “Afirmo que estamos no topo e batemos de frente com as melhores. Nos últimos anos, vencemos vários torneios”, comenta Paçoka. “Vivemos, certamente, nosso melhor momento”.

Mas, afinal, o porquê do baixo investimento no esporte. Paçoka elenca que a disputa com o futsal e a falta de curiosidade dos munícipes prejudica a divulgação e o interesse pela modalidade. “O pessoal prefere acompanhar o Clube Atlético Deportivo, além de que são poucos os que realmente buscam conhecê-lo”.

Pilotos guarapuavanos na etapa paranaense de bicicross


Possíveis soluções

Visando maior espaço no cenário local, os atletas apontam alguns caminhos. Paçoka destaca que um maior foco na comunicação seria essencial para a divulgação do mesmo. “Acho que falta comunicação. Desde 2008, em todos os anos, somos campeões de algumas etapas, mas poucos ficam sabendo. Os meios de comunicação só nos citam, caso falte espaço nas respectivas edições”.

Outra alternativa reside no apoio financeiro do poder privado. Apesar da colaboração da prefeitura municipal, que fornece o transporte nas competições, o dinheiro ainda é precário, acarretando na perda de importantes torneios. “Este ano não conseguimos competir em campeonatos de nível nacional pela falta de verba. Se as empresas nos ajudassem, certamente estaríamos em melhor posição”, atenta Paçoka.
Transformar a equipe em associação é a terceira proposta. “Esta iniciativa auxiliaria em uma maior arrecadação de recursos, ajudaria pilotos com materiais esportivos, além de possibilitar maior apoio dos poderes públicos e privado”, aponta Giovani Pereira, um dos destaques guarapuavanos do esporte.


Talento local

Nesse grupo, que conta com 30 pilotos entre seis e 46 anos, figura o destaque Giovani Pereira, que já fora bi-campeão Brasileiro, campeão Paranaense, Sul-Brasileiro e da Copa Internacional.
A falta de apoio reflete significamente na carreira do atleta que poderia almejar vaga na seleção brasileira. “Para entrar no selecionado é preciso estar entre os três melhores do ranking nacional. Como não participamos da maioria destas competições, fica quase impossível alcançar o objetivo”, comenta o piloto que não se importa com uma possível mudança para buscar o sonho. “Se recebesse uma proposta de São Paulo ou Minas Gerais iria numa boa. Na maioria das cidades que aderiram à prática, existe centro de treinamentos, maior disputa de competições, além de proporcionar melhora na preparação física”, completa.

Giovani Pereira, bi-campeão brasileiro da categoria Cruiser


Ações

Além da prática esportiva, alguns pilotos trabalham em prol da causa social. Giovani Pereira e Paulino Junior, outro integrante da equipe de bicicross, desenvolvem projeto designado aos alunos da escola especial Anne Sulivan. “O projeto é totalmente voltado para o caráter social, incentivando as crianças a praticar esportes e ao mesmo tempo distanciando-as da violência e das drogas” destaca Giovani, que atua como professor toda sexta-feira, às 10 horas, no parque das crianças.
Quem se interessar pelo esporte ou pretende iniciar a prática, a equipe realiza treinamentos aos sábados e domingos, às 15 horas, também no parque das crianças.

Editado por Giovani Ciquelero

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