segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dengue: um cuidado que não deve ser esquecido no inverno

Ações de combate ao mosquito exigem medidas preventivas constantes

Ana Carolina Pereira


Com a chegada do inverno e a diminuição das chuvas o mosquito da dengue, Aedes aegypti, não para. Ao contrário do que muitos pensam, o inverno é o período certo para combater esse mal e evitar futuras epidemias. No clima frio e com menor incidência de chuva, o inimigo recua, mas sabemos onde ele está escondido à espera de um contra-ataque.

Os cuidados nunca são demais

O inverno é um período em que há redução de casos notificados e, com isso, a doença sai das manchetes dos jornais, caindo no esquecimento da população que, aos poucos relaxam e descuidam dos possíveis focos em suas casas e região onde vivem. Mas é preciso alerta. Mesmo sem chuvas há outros meios de reprodução do mosquito. Como é o caso das piscinas, que no inverno fica inutilizada e, muitas vezes, com água parada, o que acaba atraindo o mosquito.

Os cuidados básicos, que todos nós já sabemos, mas nem sempre observamos, são essenciais, especialmente no período de férias, em que muitas pessoas viajam. Por isso, é bom lembrar: vedar ralos e caixas d’água, fechar o vaso sanitário, observar as calhas e eliminar os pratinhos das plantas, ao invés de colocar areia. Manter os quintais bem varridos, eliminando matéria orgânica, como folhas e restos de alimento de animais.


Deve-se observar as calhas e ralos

Para minimizar os riscos no inverno, período em que há um descuido de boa parte da população, os agentes públicos continuam suas atividades. Em Guarapuava, por exemplo, são realizadas campanhas de esclarecimento e operações de combate a dengue pela 5º Regional de Saúde. O atendimento municipal é realizado por uma equipe de agentes especializados. O grupo efetua vistorias em terrenos baldios, residências, borracharias e em pontos estratégicos para o desenvolvimento do inseto transmissor da doença.

O trabalho também pode ser feito através de denuncias, sobre as áreas de riscos, encaminhadas a equipes de atendimento. O supervisor responsável pela campanha de combate a dengue, Marcos Roberto, explica o processo de atendimento. “A pessoa suspeita de contrair a doença é mantida em observação e, após sete dias de sintomas como febre, dor de cabeça e dor no corpo é encaminhada para fazer alguns exames”.

Segundo o supervisor, apesar das divulgações, em 80% dos casos acompanhados no município, os focos do inseto são encontrados em residências por falta de atenção às recomendações preventivas. Ele ainda alerta para o quatro sorotipos da doença. “No Paraná, as ocorrências predominam o sorotipo número três, pessoas que já tiveram dengue podem contrair a doença novamente por não conter no organismo anticorpos para a defesa de um novo sorotipo”.

Para o presidente do Conselho Municipal Saúde, Antônio Carlos de Deus, o combate a dengue depende da conscientização de todos. “É preciso que haja mudanças no comportamento, para os moradores de áreas urbanas e rurais redobrem os procedimentos de prevenção, como exemplo evitando o acúmulo de lixos e água em quintais e terrenos baldios.

Desde o início do ano, foram registrados 80 casos suspeitos da doença na região de Guarapuava, e três casos confirmados. Os resultados comprovam que, embora com temperaturas negativas nas últimas semanas, o mosquito da dengue continua ativo o que torna essencial a conscientização no combate a dengue também com a chegada da nova estação.

Editado por Vinicius Comoti

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