segunda-feira, 27 de junho de 2011

Rotary e Rotaract atuam para a erradicação da Poliomielite

Helena Küger

Durante a semana do dia 13 a 18 de junho foi realizada a primeira etapa da campanha de vacinação da pólio no Brasil de 2011, e no sábado (18) foi o Dia Nacional de Vacinação da doença no país, o chamado dia D contra a poliomielite.

Nesse contexto lembra-se da atuação de um clube de serviços, o Rotary Internacional que há vinte anos desempenha um trabalho para que a pólio seja erradicada no mundo. No Brasil quando o governo em 1986 criou a figura do “Zé gotinha” para a campanha contra a pólio, o país também teve como parceiro o clube que contribuiu financiando vacinas para que todas as crianças brasileiras de 0 a 5 anos estivessem imunizadas.

Para muitos jovens e adolescentes dessa geração ouvir falar de algumas doenças é sinônimo de acontecimentos do passado. Com o desenvolvimento da medicina e principalmente das vacinas, muitas patologias foram extintas do mundo. Atualmente a poliomielite é uma dessas doenças que se conseguiu controlar e hoje até mesmo é desconhecida para alguns.

Desde 1994 o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da patologia. Hoje apenas em quatro países no mundo ainda há casos endêmicos da poliomielite no Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Ainda há poucas décadas a poliomielite, também conhecida por paralisia infantil, afetava milhares de crianças no planeta. A descoberta da vacina na década de 50 por Jonas Salk e Albert Sabin possibilitou imunização ativa da poliomielite através vacina inativada injetável e da vacina atenuada oral, a famosa “gotinha”, possibilitando a erradicação da pólio a nível global. O médico e imunologista Gilberto Saciloto explica que a poliomielite é uma doença que atinge os nervos, causa uma inflamação que paralisa os músculos principalmente em membros inferiores, deixando a criança sem andar. “É uma doença que há muitos anos está controlada, pois foi aplicada uma grande quantidade da vacina com o vírus atenuado que chega até mesmo em pessoas que não receberam, foi uma iniciativa que deu certo”.

Rotariana dando as gotinhas da vacina contra a Poliomielite

Fundação Rotaria

O que ainda poucos sabem é que tão importante quanto a descoberta da vacina para a erradicação da poliomielite na maioria dos países foi a atuação do Rotary Internacional, uma organização não governamental que por meio de programas humanitários e projetos promove o bem e paz no mundo e tem como lema “ Dar de si antes de pensar em si mesmo”. A ação do Rotary na luta contra a poliomielite teve início em 1979, quando a organização se comprometeu a adquirir e distribuir doses de vacina para imunizar seis milhões de crianças nas Filipinas. Esse primeiro projeto incentivou rotarianos a ampliar a meta e possibilitou o planejamento de um dos programas mais ambiciosos do Rotary o Polio Plus que tem como objetivo imunizar todas as crianças do planeta contra a poliomielite. A partir dessa decisão vários estudos foram realizados pela instituição para pesquisar formas de se alcançar esse resultado. O Rotary foi o pioneiro em vislumbrar que a partir da vacina Sabin, com apenas duas gotinhas garantiriam 100% de eficácia para eliminar o vírus da Polio nas pessoas. Em 1985 a Fundação Rotaria lançou a todos os rotarianos a difícil missão de financiar a vacina e a distribuição dela em quase todo o mundo. Mais tarde realizou parcerias da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Centro Norte Americano para Controle e Prevenção de Doenças (CDS) e Ministérios Nacionais da Saúde. Até hoje o Rotary foi responsável por imunizar mais de 2 bilhões de crianças no planeta. Hoje o programa End Polio ainda é prioridade da organização. Em Guarapuava a rotarianos e rotaractianos se mobilizam para arrecadar fundos para o projeto.

A enfermeira e rotariana do Clube Rotary Guarapuava, Ana Paula Dezoti conta a contribuição do clube que a cada ano doa no mínimo 1.000 dólares para a causa, a partir da realização da tradicional festa do Barreado na cidade. “Ano passado doamos 3 mil dólares parao Polio Plus com isso recebi o título de Paul Harris , que é a mais importante homenagem que Rotary faz às pessoas que contribuem com a paz mundial e a compreensão entre os povos”. O rotariano Audinei Doreto também enfatiza a importância do Rotary na erradicação da doença, “ Foi o Rotary que financiou até mesmo no Brasil as primeiras campanhas de vacinação. Hoje o governo pode pagar, então estamos focados em acabar com a pólio nesses quatro países, está muito perto de conseguirmos realizar esse sonho”. A eliminação da Poliomielite está realmente perto de ser concretizada. Juntamente com o Rotary, a recentemente Fundação Bill e Melinda Gates está empenhada em também financiar as vacinas propondo um desafio ao Rotary. “O Bill Gates se comprometeu que se os rotarianos do mundo inteiro conseguirem arrecadar 200 milhões de dólares a Fundação doará o dobro para, enfim, a doença não atingir nenhuma criança no mundo”, comenta Doreto.

O Rotaract Club de Guarapuava, também vinculado a Fundação Rotaria, que é composto por jovens de 18 a 30 anos já no seu primeiro ano de existência arrecadou fundos para a campanha de erradicação da Poliomielite no mundo. André Justus, rotaractiano conta que é o único clube do distrito a destinar verbas para o Polio Plus “ O governador do Rotary do distrito pediu ajuda dos Rotaracts e nós respondemos com uma ajuda de mil reais, mas já estamos com projetos de ampliar a doação por meio da realização da festa da II Noite das Batatas em Guarapuava”.

Os três Rotarys e o Rotaract de Guarapuava também estiveram presentes na campanha de vacinação desta semana, vacinando crianças em pontos de vacinação nos supermercados. Vale enfatizar que qualquer pessoa pode doar e contribuir para erradicação da doença no mundo. Para saber mais sobre o projeto é só acessar o site www.rotary.org.br ou http://www.thisclose.net/ que tem como lema “ Por estarmos juntos falta só isto para acabarmos com a pólio”.

Rotarianos no sábado (18), dia D da vacinação contra a pólio

Editado por Yarê Protzek

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