Vinicius Comoti
Seu Edir é catador de materiais recicláveis, realizando todo dia cerca de oito horas de busca entre os bairros Boqueirão e Santa Cruz. Chegou a ter empregos fixos, como quando trabalhava de lixeiro para a prefeitura, mas nada muito prolongado ou muito menos duradouro. "Procurei emprego umas duas vezes e logo desisti, reclamavam da minha idade e minhas limitações. Como lá em casa precisava de dinheiro, decidi trabalhar por conta própria".
Edirlei da Luz é natural de Guarapuava. Mora com sua mulher e com um filho, tem mais um que mora em outra casa. Não chega a passar fome, entretanto, faz o que pode para tentar manter uma renda.
O facão decepa as folhas verdes, um movimento bruto que Edir além de administrar com experiência, opera com perfeição, dando em reduzidas braçadas o necessário para um longo período de alimentação do amigo. A ação se desenvolve em diálogo com o sol, provocando o rumor da despedida através da timidez das sombras."Vou pegar o meu rumo jovem, não vou tirar foto porque não gosto. Fique com Deus".
E assim seu Edir, expressando um claro cansaço, amarra as fivelas e desfaz os nós. Puxa o laço e solta o assobio, Zorro entende o sinal e logo começa a cavalgar. "Amanha é acordar cedo e começar tudo de novo".
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