quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ONG atende crianças e famílias em situação de vulnerabilidade social


Luciana Grande

O Centro de Nutrição Renascer, que possui sede em Guarapuava, foi fundado em 1989. A iniciativa partiu da de duas médicas pediatras que perceberam a situação de desnutrição e extrema pobreza em que vivam algumas crianças e famílias em certos bairros da cidade. Então, decidiram começar um trabalho voluntário para atender essas pessoas, fundando esse instituto.
Desde então, por um longo tempo, o centro continuou trabalhando com essa finalidade, buscando não só melhorar as condições de nutrição das crianças, como também promover a emancipação das famíliaa, já que focar apenas no atendimento infantil não ia surtir os resultados esperados. No entanto, conforme os anos foram passando, surgiram várias políticas públicas a nível nacional e estadual para amenizar a situação de desnutrição no Brasil. De acordo com a assistente social do Centro de Nutrição Renascer, Michele Vieira, essa questão já está bem mais amena do que quando a entidade foi fundada. Por tal razão, neste ano, o instituto direcionou suas atividades para a área de assistência social como um todo. “Apesar de continuar com o mesmo nome, a maior vertente do centro hoje é a reabilitação social da criança com deficiência física e mental, visando, também, o atendimento à família. Mas continuamos trabalhando com a questão da nutrição”, explica a assistente social.

O Centro de Nutrição Renascer foi fundado há 22 anos

Atualmente, o Centro de Nutrição Renascer possui uma equipe multidisciplinar de profissionais, com assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e médicos pediatras. Tudo isso visando um atendimento completo. “Tem famílias que nós atendemos aqui que não têm nem saneamento básico. Alguns pensam que essa é uma realidade apenas de países africanos, mas não é. Isso existe muito perto de nós”, comenta a assistente social.
Michele explica que essa entidade é uma organização não governamental (ONG) que sobrevive por meio de doações, de um auxílio da secretaria municipal de assistência social e, principalmente, de ações que dependem da boa vontade da comunidade. “A ajuda do município não é suficiente para manter a entidade funcionando. É preciso angariar recursos em parceria com a comunidade, já que todos os serviços são gratuitos. Por meio de ações, projetos, e doações a gente consegue manter o centro em funcionamento”.
Além disso, ela ressalta que, hoje, a intenção é mostrar que o instituto não atende exclusivamente crianças em situação de desnutrição. “O nosso trabalho vai muito além, mas a maioria das pessoas não sabe. Até pensamos em mudar o nome, mas é um processo burocrático e complicado”, conta.
A dona de casa Neuza Rosa toda a semana leva a filha Sara, de dois anos e meio, até o Centro de Nutrição Renascer. Ela freqüenta o local há mais de um ano. Sua filha foi diagnosticada com má formação cerebral pouco tempo depois de nascer. Então, após a indicação de uma pediatra, começou a levar Sara para realizar o tratamento, que inclui sessões com uma fisioterapeuta, uma psicóloga, uma fonoaudióloga e uma terapeuta ocupacional. É um bom exemplo de que o trabalho realizado no local é multidisciplinar. “Quando ela começou a se tratar aqui era bem ‘molinha’, nem segurava o pescoço, ninguém tinha certeza se um dia ela ia conseguir andar. Mas hoje ela já anda se apoiando”, conta a mãe de Sara. Segundo Neuza, o atendimento é ótimo, todos os médicos são atenciosos e carinhosos com a sua filha. “É muito melhor do que um hospital público. Aqui tem tudo que a Sara precisa”.
Neuza leva há um ano a filha Sara até o instituto

Programas e projetos
Segundo Michele, o Centro de Nutrição Renascer atende cerca de 1000 pessoas durante o ano. Por isso, é preciso que o trabalho seja muito bem estruturado e organizado. Existem três programas principais (que incluem outros projetos) que regem a instituição:

Programa de Promoção e Apoio Sócio Familiar: visa prevenir situações de exclusão e vulnerabilidade das famílias, por meio de encontros formativos e cursos profissionalizantes (como o de artesanato), a fim de promover a geração de renda e a cidadania. Dentro desse programa há o projeto de Informática, que promove curso desse gênero para adolescentes e o projeto de atendimento a crianças com autismo, com o envolvimento de suas famílias e da comunidade no processo de proteção e inclusão social. Há, também o projeto crescer (brinquedoteca) que tem por objetivo desenvolver atividades com as crianças enquanto as famílias estão participando do programa em questão.
Programa de Atendimento Integral à Criança em Situação de Insegurança Alimentar e Nutricional: voltado para famílias em situação de extrema pobreza, o que resulta em um estado de desnutrição das crianças. O serviço inclui atendimento pediátrico, nutricional e social, com vista a alternativas emancipatórias ao núcleo familiar, a fim de prevenir a fome e a miséria. Este programa inclui o projeto viver bem, com o intuito de promover a educação e orientação alimentar dessas pessoas, e o projeto oficinas do saber, que visa a capacitação profissional e a melhoria na qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Programa Reabilita Renascer – Reabilitação Social da Criança com Deficiência na Comunidade: destinado, principalmente, a crianças até seis anos de idade, que possuem deficiência física ou mental, bem como para seus familiares. A intenção é prevenir a invalidez permanente, que gera transtornos para a criança.


Mulheres durante o curso de artesanato

Doações
O Centro de Nutrição Renascer recebe vários tipos de doações, como alimentos, fraldas, leite etc. De acordo com a assistente social Michele, qualquer ajuda é bem vinda. “Não há burocracia. Quem quiser contribuir basta entrar em contato conosco”. Porém, a necessidade maior são doações em dinheiro, para que a rica equipe de profissionais possa ser mantida.
Atualmente, a maior parte das doações está focada nas contribuições mensais e, principalmente, na destinação de parte do imposto de renda. Para entender como funciona esse processo, basta ler a reportagem feita por Gabriela Titon ao Ágora Online: http://agoraunicentro.blogspot.com/2011/07/destinacao-do-imposto-de-renda.html.

Contato
Endereço: Rua Frei Caneca, 25 – Santana
Telefone: (42) 3621 4530
Site: www.centronutricaorenascer.org.br

Editado por Gabriela Titon

Paixão por fusca (Parte 2)


Mário Raposo Jr

Na matéria passada, vimos o fusca de Dionísio, uma peça de colecionador. Desta vez, temos de novo o modelo, mas em condições não tão boas como o xodó de Dionísio. O motorista é Marcos Gavanski e seu fusca é o assunto do momento.

Marcos nos conta que sua escolha de um fusca foi a mesma de Dionísio e tantos outros, porque era mais barato. “Eu não tinha condições de comprar um carro melhor, então foi esse mesmo, mas ele é bom porque é relativamente econômico e eu não preciso pagar imposto nem IPVA, além da mecânica barata”. Mas apesar de ter sido guiado estritamente pelos fins econômicos na compra do carro, Marcos confessa que acabou criando uma simpatia pelo carro. “No começo eu não gostava muito, mas ele me levava para os lugares, agora ele tem um valor maior para mim, gosto mesmo dele, nós temos muitas histórias juntos”.


Com o tempo, Marcos criou uma simpatia com o carro

Entre as tais histórias de Marcos e seu fusca, uma chama mais a atenção: seu carro já chegou a pegar fogo! “Um dia eu estava voltando de uma festa com uns amigos e a gente parou para um lanche. Na hora de ir embora a gente começou a sentir um cheiro de fumaça. Um dos meus amigos olhou pra trás e viu que o carro estava pegando fogo. Eu desci desesperado tentando apagar o fogo, mas não conseguia de jeito nenhum! Minha sorte foi que um taxista parou para ajudar e, graças a Deus, ninguém se feriu”. Segundo Marcos, o motivo do fogo foi que, abaixo do banco de passageiros há a bateria do carro, algo deve ter encostado ali e ter dado um curto.

Apesar de ter tantas histórias e uma camaradagem com seu carro, Marcos diz que não pretende manter o carro. “Eu gosto muito dele, mas ainda planejo trocar ele por um carro melhor, de preferência um que não vá pegar fogo também! (risos)”.

Editado por Yorran Barone

De Guarapuava para o mundo

Yarê Protzek
Jogador da cidade de Guarapuava vai para o exterior jogar

O Brasil é conhecido como o país do futebol. Seis vezes campeão da Copa do Mundo FIFA, única nação que ganhou esse número de títulos, o país exporta diversos talentos do futebol para outros países. A cada ano, surgem futuros “Pelés” em diversas regiões do Brasil.
Em Guarapuava não é diferente. Daniel Valentim Machado foi surpreendido com o convite para jogar em outro país. Ele, que joga no time Madeirit, neste mês, acertou os últimos detalhes para ir atuar na Suécia no início de 2012.
A família do jogador ficou muito feliz com o convite. “É uma boa oportunidade pra ele, tomara que de tudo certo. É longe do Brasil, então a gente tem que se adaptar, é difícil ficar longe, mas vai ser bom pra ele”, diz Vanderlei Aparecido Machado, pai do jogador. O filho de Vanderlei comenta que é difícil essa mudança, porém, por um sonho vale o sacrifício de ficar longe de todos.
Vanderlei também comenta que o interesse pelo futebol surgiu quando Daniel era criança. “Desde os seis anos ele gostava de jogar. Procuramos levar nos treinos e acompanhar a maior parte dos jogos. Essa é uma ótima oportunidade e vamos investir na carreira dele”.
A rotina de jogador terá algumas mudanças já que a Suécia é um país que se diferencia muito do Brasil no clima, na cultura, na culinária etc. De acordo com o pai do jogador, enquanto estiver jogando lá, Daniel ficará em um hotel, juntamente com outros brasileiros e estudará de manhã, com treinos no período da tarde. Mesmo focando na carreira de jogador, os estudos não serão deixados de lado.
Daniel assinou contrato para jogar no FC Assyriska, durante uma temporada, que dura cerca de oito meses. Ele já jogou em outras regiões do Brasil como no Espírito Santo, no Clube Olímpia de São Paulo e no Serrano de Prudentópolis. “Meus tios jogavam futebol, minha mãe handebol então resolvi começar a jogar”, conta o jogador.
Fárnei Coelho, coordenador da escolinha de futebol em que Daniel treina, conhece Bruno, um dos brasileiros que joga na Suécia. “O bruno que está na Suécia é um amigo meu, e chamei pra ver um jogo da escolinha que sou coordenador. Ele viu o Daniel gostou do futebol e fez esse convite”. Ele também conta que além do guarapuavano Daniel, mais outros quatro jogadores vão ser convidados a jogar na Suécia.

Daniel durante uma partida pelo Madeirit, contra o Rio Branco

O filho de Vanderlei está muito contente com essa mudança repentina. “È muito bom saber que o nosso trabalho tá sendo bem feito. Esforcei-me bastante pra conseguir uma chance dessa, fora do Brasil. Ir pra lá é uma oportunidade muito boa para carreira, além de abrir portas pra quem tá aqui, como o Bruno fez comigo”.
Para o jogador, assim como outros atletas, jogar fora do país é um sonho. “Não imaginei que ia ser assim tão rápido. Eu quero ir pra um time grande, voltar par ao Brasil e quem sabe jogar na seleção um dia”, conta Daniel.
Fárnei acredita que esse intercambio de jogadores é muito importante primeiramente pela cultura que eles vão conhecer. “Jogar uma temporada na Europa faz com que o jogador amadureça muito. A valorização lá, é maior. A diferença de vida que o atleta tem, é uma experiência que o jogador não esquece”.
Em Guarapuava, de acordo com o coordenador, há uma dificuldade dos jogadores se destacarem. “Essa ida direta a Europa vai valorizar bastante esses jogadores, para voltarem e fazerem a carreira aqui, se quiserem”.

Editado por Vinicius Comoti

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Um Gurgel tipicamente guarapuavano

Mário Raposo Jr.

Depois dos últimos dois fuscas, chegou a vez de vermos uma verdadeira peça de colecionador. O Gurgel ano 86 de Paulo Henrique Justus passou por uma verdadeira transformação, e hoje é o seu xodó.

Paulo Henrique, ou P.H., como é mais conhecido, sempre foi apaixonado por carros antigos e conta como adquiriu o carro. “No começo eu estava atrás de um Puma, não queria um Gurgel, mas não achei um Puma e acabei indo pro Gurgel mesmo”. P.H. possuía uma oficina de caminhão na época, o que facilitou muito a manutenção do carro recém adquirido. “Paguei uma mixaria quando comprei, foi muito barato mesmo. Como já tinha a oficina ficou fácil ajeitar o carro. Fiz toda a parte mecânica e mandei pintar, agora quando as pessoas veem o Gurgel amarelo, já sabem na hora que é o meu”.

Além da mecânica, P.H. colocou acessórios e volante esportivos, tela para DVD e outros acessórios no carro, que se tornou seu xodó. “Eu sou bastante sentimental com esse carro, afinal eu redesenhei ele. Eu que fiz, corri atrás de peças. Foi tudo muito pensado, com muito carinho e já são oito anos junto com ele”.

Gurgel foi totalmente reformado e ganhou peças esportivas.

Sem planos de se desfazer do Gurgel, P.H. já teve seus momentos com o carro. “Aqui em Guarapuava todo mundo conhece o carro, olham na rua e já reconhecem o Gurgel do P.H., mas eu fui com um amigo pra Curitiba uma vez no Gurgel e lá ninguém conhecia. Eu deixei em um estacionamento num shopping lá e quando eu voltei tinha umas seis pessoas em volta admirando o carro. A gente falava que o carro era lançamento, só pra ver a reação das pessoas, e elas acreditavam!”.

Valor sentimental: P.H. pensou em cada peça com carinho
e cuidado antes de reformar o carro.

E além de proporcionar bons momentos e ter o visual bem diferenciado dos outros carros, o Gurgel também possui vantagens na hora da manutenção. “É a mesma mecânica da Volkswagen, por isso é fácil achar peças se eu precisar. A manutenção é bem fácil e barata”.

No começo, P.H. queria um Puma ao invés do Gurgel.

De onde surgiu o Gurgel?

A montadora Gurgel foi criada pelo engenheiro João Augusto Amaral Gurgel, em 1º de setembro de 1969, com o intuito de produzir carros 100% nacionais.
A montadora começou produzindo o Ipanema, um bugue com design moderno e bem diferente para os padrões da época. Depois veio o Xavante, que firmou o sucesso da montadora. O jipe aguentava estradas e tempo ruins e recebia equipamentos da Volkswagen. Uma curiosidade é que quando os clientes chegavam para testar o carro, eles recebiam um taco de baseball e o usavam no carro para testar a resistência deste.

Depois deste, muitos outros carros vieram e a montadora prosperou até que a década de 1990, com a instabilidade econômica e concorrência com outras grandes montadoras, a Gurgel fechou as portas para sempre.

Editado por Giovani Ciquelero

Futsal Feminino: dedicação e talento em quadra


Yarê Protzek

O time de futsal ganha espaço no cenário esportivo de Guarapuava


Muitas pessoas acreditam que futsal é um esporte tipicamente masculino. Porém, as meninas do futsal feminino de Guarapuava mostram que esse esporte também é delas. O time, que a cada ano está presente nas competições estaduais e nacionais, é conhecido na cidade pelo talento mostrado em quadra.

Fotos: Yarê Protzek
A equipe adulta possui meninas de Guarapuava e região que querer segui o futsal como carreira.

O treinador Sergio Leocadio Miranda, mais conhecido como Ratinho, acompanha as meninas desde 2005. Ele comenta que de lá pra cá, o time se desenvolveu bastante. “Desde 2005 participamos de competições em nível de federação. Nós tivemos a oportunidade de disputar a Taça Brasil adulto em 2010. Esse ano participamos da Taça Brasil sub 20, entre outros campeonatos”, conta o treinador orgulhoso desses cinco anos de trabalho.

Ratinho explica que em Guarapuava há uma escolinha no bairro Vila Bela para as meninas que se interessam por esse esporte. Lá, as jogadoras começam a treinar desde os 13 anos, já que podem participar do time sub 13, sub 15, sub 17 para chegar à equipe adulta. “Com treze anos a gente já tem competição, é um condicionamento para chegar ao time adulto”.

As jogadoras da equipe adulta variam de idade, a mais velha possui 27 anos e a mais nova 17. Maria Helena Herman, pivô do time, saiu de Francisco Beltrão há cinco anos para jogar futsal em Guarapuava. “Eu vim fazer um teste e o treinador gostou, então comecei a jogar. Mas, desde os seis anos de idade eu jogo futsal. Sempre gostei desse esporte. Eu fui goleira nos primeiros quatro anos e agora estou na linha, de pivô”.

Ao pensar nos anos que joga em Guarapuava, Maria Helena acredita que muitos vêm o futsal como um jogo para homens. “Hoje em dia o preconceito é menor, mas ainda existe. A população acha que o futsal é um esporte masculino”.

Para Ratinho o futsal feminino ganhou muito respeito ao passar dos anos. “As meninas que jogam pelo time são muito respeitadas, mas tem um grande preconceito da mulher jogar futsal ainda. Nós vamos quebrando esse preconceito com o tempo. Hoje, todo mundo sabe quem é que joga por Guarapuava”.

O time de futsal feminino, já conquistou diversos títulos. Em 2007, elas levaram para casa o troféu do Campeonato Paranaense Sub 20. Em 2008, foram campeões do Campeonato Paranaense Série Ouro Adulto e em 2009 ganharam o Campeonato Paranaense Sub 17.

Time sub 15

O time sub 15 se prepara para o primeiro jogo do Campeonato Paranaense.

Tainá da Silva joga pela categoria sub 15 e adora o esporte. “Quero tentar me profissionalizar com o futsal. Quero ser uma jogadora. Eu amo jogar, quando eu to jogando eu to feliz”. Ela conta que no começo, quando contou aos pais que queria jogar futsal, eles pensaram que era ume esporte para meninos, mas hoje apóiam a filha e torcem por vitórias nos jogos.

Durante os dias 25,26 e 27 de Novembro, as meninas da categoria sub 15 participaram do Campeonato Paranaense de Futsal Feminino Sub 15, realizado em Guarapuava. No primeiro jogo, que ocorreu na sexta-feira, contra o time de Paranavaí, as meninas venceram por 2X1. No segundo, empataram com o time de Campo Mourão em 3X3. No sábado, elas enfrentaram o time de Londrina em que perderam por 4X2. Já no Domingo, elas venceram de 7X2 do time de Telêmaco Borba. Devido a esses resultados, o time jogará a final no início de dezembro em local não definido até o momento.

Editado por Vinicius Comoti

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Hospital São Vicente recebe verba de emenda federal

Ana Carolina

Cerca de R$ 5 mil foi liberado para a unidade de saúde

O valor liberado foi anunciado no último dia 23 e autorizado pela ministra da Casa Civil, Gleise Hoffmann e os municípios beneficiados foram de Guarapuava, Ponta Grossa e Umuarama. O apoio ao projeto está vinculado ao governo do Estado e ao governo Federal.

A liberação da verba vai colaborar para que o Hospital São Vicente de Paulo se transforme em um dos mais completos centros de atendimento à saúde do Paraná. É o que explica a assistente de direção do hospital Margaret Kramiake, “a verba será de grande ajuda, pois contribuirá, por exemplo, para equipamentos e móveis para novos leitos”, relata.

Investimentos no Hopistal São Vicente de Paulo

O projeto é pautado em parceria pelo deputado federal e secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedu), Cezar Silvestri, o governador Beto Richa e o deputado Cesar Filho. E, segundo o deputado Cezar Silvestri, além da verba destinada ao São Vicente de Paulo, será assinado também um termo de convênio com o governo do Paraná, para a liberação dos R$ 3 milhões do HOSPSUS.

Editado por Vinicius Comoti

Filhos do Coração!


Helena Krüger

Canaã: a esperança de um novo lar

No Brasil, segundo relatório do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), 80 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos no país e apenas cerca de 8 mil (10%) podem efetivamente ser adotadas. Esses meninos e meninas vivem sem ter o direito à convivência familiar, requisito básico no Estatuto da Criança e do Adolescente, além disso, as condições de vida dessas pessoas ferem outro princípio fundamental, que é o da dignidade humana.

Uma entidade mantida por missionários americanos, o Canaan Land Ministries (CLM), chamada no Brasil, de Associação Canaã de Proteção aos Menores, chegou há 12 em Entre Rios com a missão de abrigar e dar segurança a crianças como essas, que moravam nas ruas ou foram abandonadas pela família. O Canaã tem como objetivo criar ambientes seguros, educar com maior amor possível e também ensinar os valores cristãos. Mary Gibson, hoje ex-diretora do CLM Entre Rios, foi uma das fundadoras da instituição no Brasil. “A proposta é recolher crianças que foram abandonadas, rejeitadas, abusadas e que vem para nós através do Juiz de menores ou pelo Conselho Tutelar”.

Desde 2009, com ajudas filantrópicas tanto brasileiras quanto americanas, a instituição conseguiu construir um abrigo em uma fazenda de Entre Rios. O Canaã fica localizado em um local bonito, com uma estrutura que oferece conforto, lazer e principalmente proteção. Apesar de não ser o ideal, já que o lugar dessas crianças deveria ser amparadas em um lar, a entidade tenta suprir com muita dedicação o amor e o carinho que eles não receberam em casa. “Tentamos dar o máximo de amor para que eles se sintam parte do que chamamos de família Canaã, eles são como filhos para nós”, diz Mary.

Fotos: Arquivo da Associação Canaã
O Canaã é um abrigo para crianças e adolescentes mantido por missionários norte- americanos


Hoje, a associação abriga 28 crianças e adolescentes, cada um com uma história de dor, muitos conviveram com realidades de extrema pobreza, rejeição, abuso e sofrimento. Vivências que agridem a pureza e a ingenuidade da infância. Uma fase em que a maior preocupação deveria ser apenas brincar, se divertir e crescer . O CLM também tem uma sede no município de Turvo desde 2006, com capacidade para 35 a 40 crianças. Além dos abrigos, a entidade mantem o Programa CLM Plus, que é destinado a jovens adultos que estão terminando o ensino médio e precisam deixar o a associação quando completam a maioridade. O projeto tem o papel de orientar e encaminhar os jovens para uma universidade. Mary explica a intenção desse do CLM Plus. “A vantagem desse programa é que desenvolve cursos para que os adolescentes alcancem a independência, os prepara no momento de transição, enquanto estão ainda amparados pelo CLM”.
Apesar de ser um entidade que desenvolve um ótimo trabalho, não se pode ver os abrigos como uma solução. Ao contrário, são locais que deveriam ser temporários, mas infelizmente muitas crianças passam anos sem ter garantido o seu direito.

A educação das crianças é baseada em valores cristãos e incentivo ao trabalho


O caso de uma garota que vive no Canaã exemplifica uma situação de abandono. R.C* tem 7 anos, e mora há dois anos na instituição. A menina que diz ter o sonho de ser bailarina quando crescer, foi retirada da mãe biológica e ainda sonha em ter um novo lar . “É que lá na minha casa não é uma família de verdade, não acho que ela seja a minha mãe mesmo, aqui eu me sinto mais amada”. Mesmo gostando de morar no Canaã, ela diz não quer continuar morando ali por muito tempo e fala sobre o seu medo de ficar sozinha e ser adotada sem a irmã. “Eu queria tanto uma família, onde eu me sentisse querida, mas eu quero que minha irmã junto comigo”.

No CLM a assistência vai muito além do material, a preocupação com emocional e a criação de vínculos é essencial

Josiane Ribeiro, hoje pedagoga é um exemplo de alguém que morou no CLM e depois de adulta voltou como voluntária. Ela veio para o Canaã com 11 anos e passou sua adolescência na entidade, quando completou 18 anos recebeu apoio para cursar pedagogia em Curitiba, onde conheceu o seu marido. Depois de alguns anos, Josiane está novamente no Canaã, mora em Entre Rios realizando trabalhos com as crianças assistidas pelo instituto. “Nunca consegui me desligar daqui, e decidi que queria passar para frente aquilo que aprendi aqui”. Ela destaca que o amor que recebeu ali precisava ser retribuído. “É muito bom estar aqui, me sinto até como uma mãe para eles, e acredito que eu posso fazer a diferença na vida deles, já que eles fazem a diferença na minha”.

A moradora de Entre Rios, Clara Milla é uma das pessoas que ajuda as crianças do Canaã, mesmo sem adotar, ela é uma espécie de madrinha de uma menina, já que se propõe a pagar os estudos em um colégio particular e também acompanhar o seu desenvolvimento escolar. “Para gente é muito gratificante ajudar uma organização que faz um trabalho voluntário em nosso distrito”.

O 4º artigo do Estatuto da criança e do Adolescente, talvez seja um dos que mais resume o que seria o mais adequado a uma criança. “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.Como uma forma de amenizar esse sofrimento, segundo Mary, “o Canaã continua realizando o seu trabalho e levando um pouco de luz para aqueles que vivem na escuridão”.

Crianças trabalhando em conjunto para preparar os enfeites de Natal no abrigo

Josiane enfatiza o porque o CLM é especial “ O diferencial aqui são as pessoas, que demonstram carinho, amor, atenção e dedicação para cada pessoa que está aqui”.

*O nome foi preservado por se tratar de menor de idade em situação de risco

Adoção

Hoje, entende-se que a primeira solução para o menor é resgatar o vínculo e se trabalhar com a família de origem, tentando encaminhar essa criança até a chamada família extensa (tios, avós), mas quando isso não é possível a adoção é uma alternativa.

Para se adotar uma criança, segundo a assistente social da Vara da Infância e da Juventude, Luciana Almeida a pessoa precisa passar por algumas etapas. “Inicialmente, o casal deve se dirigir a um curso de apoio a adoção, depois é encaminhado para uma entrevista no Fórum. Só então que deve ser levada toda a documentação para se efetuar o cadastro. Posteriormente, o casal entra em uma fila de espera cronológica.” A assistente social, destaca que é necessário que o casal tenha preparo e maturidade emocional para realizar uma adoção, já que muitas crianças são adotadas e depois são novamente rejeitadas, ocasionando um processo ainda mais traumático. “Infelizmente, muitas crianças ficam de fora do processo, porque há perfis mais procurados, como de 0 a 4 anos, até conseguimos encaminhar adolescentes, mas é uma exceção”.

Para diminuir as dificuldades e morosidade nos processos de adoção, desde 2008 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou um Cadastro Único Nacional de Adoção, que reúne o perfil das crianças e dos possíveis pais adotivos para que juízes possam acompanhar o processo de maneira mais fácil.

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Outras informações: adotabrasil.org.br

Como ajudar

Associação Canaã de Proteção aos Menores

Endereço:
Faz Canaã, s/n Cachoeira – Entre Rios / Guarapuava - PR
CEP: 85.108-000

Tel:(42) 3631-1019

Email: clm@donau.com.br

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Editado por Vinicius Comoti

sábado, 26 de novembro de 2011

Manifesto “Nada pode nos calar” clama pelo fim da violência

Helena Krüger

A manifestação contra homofobia reuniu acadêmicos, professores e representantes de entidades sindicais

Ontem (25) às 19h, em frente à praça da Unicentro, cerca de 25 pessoas protestaram contra a violência e a homofobia. A iniciativa para se realizar o evento partiu do acadêmico de secretariado executivo, Willian Nathan de Paula, em conjunto com o Grupo de Discussões Interdisciplinares Homoculturais (GADIH). Segundo Maxmiliam, integrante do grupo, já fazia algum tempo que este protesto estava para acontecer. Willian destacou que um dos propósitos da manifestação é protestar para que crimes contra homossexuais não se repitam em Guarapuava. “Nossa intenção é chamar atenção da sociedade, o manifesto não é só contra a homofobia, mas contra a violência que tem estado muito presente em nossa cidade. É necessário que o preconceito seja rompido”.

O manifesto, que aconteceu no Dia Internacional de combate à violência contra a mulher, não teve faixas, nem barulho, os acadêmicos apenas distribuíram velas para que os presentes acendessem em homenagem as vitimas de diversos crimes violentos que aconteceram em Guarapuava, e pediram um minuto de silêncio. Willian parabenizou os presentes e disse que para manifestar-se não é preciso gritar. “Mesmo numa demonstração silenciosa, estamos aqui expressando dessa forma nossa indignação e mostrando que nada vai nos calar”.

Foto: Helena Krüger

Manifestante com bandeira representando o movimento LGBT

Além dos universitários, a professora Liliane da Costa Freitag também se expressou a favor do movimento em nome do departamento de história da Unicentro, reiterando a importância de reivindicar contra qualquer forma de violência, seja com mulheres, crianças ou gays. Representantes da APP Sindicato também compareceram, para informar sobre a existência de uma secretaria de discussões de gênero e falar da importância de se iniciar nos ambientes de ensino a conscientização. Terezinha dos Santos Daiprai, representante do sindicato durante a manifestação disse que “combater a violência é uma questão de princípio humano. Escolas devem ser laicas, não sexistas e não homofóbicas, só o conhecimento liberta o preconceito”. Emocionada, a sindicalista relembra o caso de morte que aconteceu na cidade no dia 17 de novembro e destaca que Guarapuava tem que evoluir. “Afinal, a escola e a universidade educam e tem um importante papel nesse processo”, alega Terezinha.

Foto: Helena Krüger
Pessoas fazem um minuto de silêncio em homenagem a vítimas de violência

Conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos, “todos somos iguais perante a Lei” este artigo é novamente ressaltado pela Constituição Federal “todos são iguais, sem distinção de qualquer natureza”. Infelizmente, muitas das chamadas minorias culturais, não são tratas com igualdade. Muitas vezes, são alvo de muito preconceito e intolerância. Em nossa cidade, já houve vários casos de agressão envolvendo homossexuais, só neste ano foram 12 mortes no Paraná e 220 no Brasil.

Com intenção de modificar esse quadro, os universitários resolveram dar voz a essa indignação, pois acreditam que a cidade por ser muito conservadora, acaba não reclamando destas formas de preconceito. “Guarapuava ainda é uma cidade de coronéis, uma cidade cristã (nada contra as religiões), uma cidade tradicional, então, o preconceito ainda existe, e de uma forma muito forte aqui.” Maxmilliam também concorda e diz que a sociedade guarapuavana se cala muito fácil em diversas questões, não só com a homofobia. “Não sei porque os guarapuavanos sempre se mantêm tão calados, há muita desinformação”.

Foto: Helena Krüger
Nem mesmo a chuva fez com que os manifestantes desistissem de protestar

O acadêmico de secretariado enfatiza que questões homoculturais e de outras minorias, precisam sair da universidade, para que haja efetivamente um debate público acerca do assunto, havendo assim mais conscientização por parte da população. “Ainda é complicado andar por aqui de mãos dadas com o parceiro do mesmo sexo pela rua, as pessoas olham torto e corre-se o risco até de ser agredido. É necessário que as pessoas entendam que o homossexual não quer ser aceito, não quer ser tolerado ou respeitado, mas que é parte da sociedade, tem direitos iguais a todo mundo.”

Lei contra homofobia

A lei contra a homofobia foi idealizada em 2001, que estabelece como crime, entre outras coisas, praticar ou incitar a discriminação por qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica sujeita à pena, reclusão e multa. O que divide opiniões nesta lei, é pelo fato de ser muito rígida e ampla, podendo até mesmo ferir o principio de liberdade de expressão. Ediane Martins, acadêmica de filosofia, diz que não são necessariamente as leis que modificam a sociedade. “Acredito que não precisaria existir leis para questões básicas como o respeito ao próximo”.

Foto: Helena Krüger
Professora do História da Unicentro pede um basta a qualquer manifestação de violência

Willian concorda que a lei que protege os direitos humanos engloba essa questão, mas como ela não é respeitada torna-se necessário que se crie outra para assegurar o direito do cidadão, e também para agravar um crime que é cometido por homofobia. “Se houvesse uma legislação mais concisa e forte relativa aos direitos humanos, não precisaria. Mas assim é necessário criar uma lei para proteger já que os números mostram como a situação é grave“.

Mídia e Imprensa

Maxmiliiam Schneider acredita que o papel da imprensa no processo de ajudar a romper preconceitos é de grande importância, por ser uma formadora de opinião. “Quando a imprensa der voz a essas minorias aí as coisas podem evoluir, mesmo que não consiga romper o preconceito, mas já faz com que as pessoas tentem pensar de outra forma, e enxergar o lado do outro.Afinal, porque tratar o outro diferente se ele é igual”, declara Max. Já o estudante de secretariado critica a mídia na maneira como representa a homossexualidade. Segundo ele, a televisão ao invés de abordar o assunto com uma perspectiva sensacionalista, deveria assumir o seu papel social para ajudar na conscientização. “Na Rede Globo, SBT estereótipos ficam claros, mostram como se todo homossexual fosse afeminado, ou no caso das lésbicas masculinizadas, todo negro atua como empregado em serviço braçal e todo índio vive numa aldeia cercada de mato, no caso de novelas e programas humorísticos, por exemplo”, opina Willian.

Editado por Vinicius Comoti

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Unicentro oferece curso introdutório de Língua Brasileira de Sinais

Katrin Korpasch

Começa no próximo sábado (26) o curso Introdutório de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). O evento é uma iniciativa do PIA, Programa de Inclusão e Acessibilidade da Unicentro. Segundo o coordenador do PIA, Jefferson Olivatto da Silva, o curso tem um caráter de apresentação da Libras. “O objetivo do curso é mais apresentar a Língua Brasileira de Sinais para a comunidade acadêmica, tanto para alunos, estagiários, professores, agentes universitários e mesmo pessoas da comunidade. O intuito é para que as pessoas tenham contato, percebam qual a diferença em relação ao português, mas uma coisa muito sucinta, mais uma apresentação do que um curso”, afirma.

Para o coordenador o divulgação da Libras é essencial, principalmente para professores e agentes universitários. “A Libras é fundamental principalmente para os alunos que são surdos e também para os professores. É fundamental para o professor ter uma noção, para perceber que existem características diferentes quando se ensina a um aluno que é ouvinte e a um aluno que é surdo”. Funcionários e estagiários da Unicentro também são o público-alvo do curso introdutório. Para Jefferson aborda a importância de, ao menos, um breve conhecimento da Libras.“Os agentes universitários, ou os estagiários da universidade tem contato direta ou indiretamente com os alunos. Por exemplo, os alunos vão pedir informação, se, por exemplo, aquele dia não tiver um intérprete, então pelo menos a pessoa consegue saber o necessário para fornecer a informação ou mesmo o serviço que estaria disponível para ele”, explica.

Nesse sentido, o curso pode ser um incentivo para se aprofundar mais no assunto, principalmente no caso dos professores. “Realmente há a necessidade de ter este contato, para então fomentar um incentivo para que ele venha a fazer um curso, ou uma coisa mais intensiva, ou a estudar sobre, pensando justamente no processo didático em sala de aula”, finaliza.

O curso é gratuito e terá duração de 20 horas. Será realizado nos dias 26 de novembro e 3 de dezembro, das 8h às 18h no campus Cedeteg. Os participantes receberão certificados. No site www.eventos.unicentro.br/libras2011 pode se obter mais informações e realizar as inscrições.

Editado por Vinicius Comoti

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Marretadas da Esperança


Vinicius Comoti

No desolado bairro Paz e Bem algo chama a atenção. Tornados de poeira rompem a totalidade, transparecendo um chamativo extremo. Máquinas e alguns homens articulam o projeto de uma futura rede de esgoto, na qual beneficiará os moradores que tanto sofrem com esse acúmulo, remetendo o fluxo para um sistema apropriado que não comprometa as residências. Juarez Moura é um dos trabalhadores envolvidos na obra, tem 30 anos e "arrebenta" pedras das seis da manhã as cinco da tarde. O trabalho é duro, mas o esforço compensa quando o assunto é dinheiro. "É um trabalho duro, cansativo , mas nunca me deu nenhum problema de saúde. Vale a pena, eu ganho por semana o que eu ganharia por mês em muita fábrica por aí."

"Sofro como todo morador. Sempre morei no bairro e sempre teve esse esgoto aberto"

O relógio já marcava o horário do almoço, comprovado pelo forte sol rompendo a vista. Sem camisa, Juarez já expõe sintomas de queimaduras. Intrigado com o bronzeado, despejo minha curiosidade. Você está usando protetor solar? Já ouviu falar em câncer de pele? Suas costas não estão doendo? - E a resposta surpreende - "Nunca precisei usar não, vou começar a usar protetor Sei que o câncer mata. Mas sempre fui acostumado."

Questionado sobre o futuro da obra, Juarez ressalta a importância desta, ainda mais porque também vive com sua família no Paz e Bem. Conhece de perto o enxerto mórbido do esgoto á céu aberto, que invadindo casas, gera sujeira além de um grande desconforto na higiene básica "Sofro como todo morador. Sempre morei no bairro e sempre teve esse esgoto aberto. Crianças brincando onde facilmente poderiam contaminar-se, as casas com suas calçadas cheia de sujeira.
Mas o problema maior era quando chovia e transbordava as foças, não gosto nem de lembrar."

Rigorosas batidas que além de simétricas, desenham a esperança de um futuro melhor

Um olhar esquivo aliado a gestos reprimidos marcam a fala de Juarez, que mesmo conversando continua quebrando as pedras. Algumas pedras chegam a lembrar de algo mitológico pelo tamanho de suas medidas. Mas logo percebo a essência do trabalho. Máquinas retiram essas grandes lascas do terreno. Entra em cena Juarez com as suas lapidadas, comprimindo estas até chegarem num formato ideal de manuseio e transporte. "Se você for pegar a marreta e tentar bater nela, você não vai conseguir porque além de ser pesada tem que ter jeito. Muita gente acha que é força, mas não é não. Com o tempo fui pegando o jeito."

Agradeço a atenção e não me esqueço de alertar sobre o protetor. Rumo ao caminho escuto as rigorosas batidas, que além de simétricas, desenham a esperança de um futuro melhor.

Editado por Yorran Barone

Nomes de ruas: o que eles representam, afinal?

Katrin Korpasch

Na matéria anterior terminamos o nosso passeio, nossa rota por algumas ruas guarapuavanas. Nesse trajeto, que resultou em 13,7 quilômetros e 20 ruas percorridas, pode-se perceber que nossas vias homenageiam pessoas que participaram da história da cidade, do Paraná, do Brasil, e até do mundo (lembre-se que logo no começo da rota passamos pela rua Albert Eistein!). Figuras conhecidas que, de alguma maneira, bem ou mal, construíram sua parte na história, e hoje estão presentes em nosso dia-a-dia.

Os nomes de muitas ruas homenageiam personalidades da história

Porém por outras ruas não conseguimos passar, as pessoas nela homenageadas não têm seus nomes em livros e nem são conhecidos por historiadores. É nesse sentido que a série “As ruas de Guarapuava” propõe refletir. Por que vereadores decidiram nomear ruas com nomes de pessoas pouco conhecidas? Pode se tratar de reflexos de relações de poder? Ou será que são homenagens a cidadãos comuns, que também compõe a história da cidade, como propunha o professor de história da Unicentro, Ariel Pires na segunda matéria da série? E no caso de personagens conhecidos, qual é o critério de escolha? “Guarapuava, por exemplo, tem nomes de ruas de pessoas que nunca estiveram aqui, que eu não sei se fizeram alguma coisa por Guarapuava. É até falta de informação de pesquisar a vida daquela pessoa, ver se ela merecia mesmo homenagem nesse local, isso eu acho que cabe questionar sim. Nós temos em Guarapuava a rua Saldanha Marinho, o Saldanha Marinho nunca ouviu falar em Guarapuava, então pode ser que houve um erro de avaliação nesse sentido. Os vereadores demonstram pouco caso em relação a isso, eles querem homenagear alguma família, que na sequência vai lhe render votos”, comenta o professor.
Nesse sentido, cabe o último desafio da série, você mora em uma rua que leva o nome de alguma pessoa? Sabe quem ela foi ou o que representou? Comente!

Editado por Luciana Grande

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Indústria de madeira compensada aposta na conscientização ecológica


Ana Carolinna

Localizada no Terceiro Planalto Paranaense, Guarapuava tem como bioma predominante a floresta subtropical, com vastas áreas de mata de araucárias. A vegetação nativa predominante no município é uma floresta mista, composta por formações de latifoliadas e de coníferas, estas últimas representadas pelo pinheiro-do-paraná. Na área do município, há, ainda, a incidência de uma pequena extensão de campo limpo. E nesta edição do Made in Guarapuava, vamos saber um pouco mais sobre como essa riqueza é explorada.
No mercado desde 1990, a Repinho - indústria de madeira compensada - é responsável por todas as etapas de fabricação dos seus produtos, desde a semente até ao beneficiamento da madeira. A Repinho produz, em moinho próprio, toda a farinha de trigo, um dos componentes no processo de fabricação da cola que é utilizada na montagem do compensado.
Com 400 funcionários o atributo da empresa são os projetos sociais realizados no município de Guarapuava, como explica o gerente de marketing da empresa, Fabrício Ishimoto, “em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Guarapuava, desenvolvemos o Programa Tempo Toda na Escola (PTTE Repinho), onde são desenvolvidas atividades relativas à arte, esporte, recreação, oficinas culturais e também são oferecidos atendimento”, define o gerente. Com esse projeto são beneficiadas mais de 300 crianças, cujas famílias também participam do programa mediante reuniões, eventos e visitas.

Responsabilidade ambiental é o atributo da Repinho

Segundo Ishimoto outra característica da empresa é o respeito às reservas de mata nativa e aos mananciais de água. “O processo de reflorestamento tornou-se uma atividade constante no Grupo Repinho, contamos com engenheiros florestais atuando dentro da empresa, além de uma rede de empresas contratadas prestando serviços nesta área”.
A Repinho investe, ainda, no desenvolvimento florestal através de convênios com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), auxiliando nas pesquisas e experimentos para a produção e conservação da natureza.
Através de palestras e cursos nas instalações de seus projetos sociais, a organização visa incentivar e orientar a conscientização ecológica. Além disso, todos os equipamentos utilizados nos procedimentos da indústria buscam minimizar os efeitos da poluição, como nos conta Ishimoto. “Assim a empresa se enquadra nas determinações dos órgãos ambientais (IAP – Instituto Ambiental do Paraná) e aproveitamento de materiais reciclados no cotidiano de trabalho e dentro do processo industrial”, complementa.
Primando pela responsabilidade ambiental, a Repinho vem criando caminhos para a conscientização ecológica em esfera mundial. Com uma distribuição de serviços para todo o Brasil, o gerente afirma que a exclusividade é o mercado Europeu, devido a demanda comercial. “A empresa está buscando a excelência em todos os seus processos, seja ele fabril ou administrativo sempre com a responsabilidade ambiental e ética, mantendo os nossos princípios”, define Ishimoto.

Editado por Yarê Protzek

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mercado jovem: invista em ações e aumente sua rentabilidade

Polyana Kovalyk

Final de ano chegando, hora de pagar as contas, tentar equilibrar as dívidas e ver se sobra algum dinheiro para as tão esperadas férias. Parece fácil na teoria, mas evitar utilizar o limite do banco pra pagar aquelas contas à mais é uma tarefa difícil, já que sensação de que o dinheiro evapora no final de todo mês está sempre presente. Para quem quer sair do vermelho é preciso saber organizar a vida financeira, e para quem busca aumentar sua rentabilidade, a opção é investir em ações da Bolsa de Valores.

Investir em ações de empresas significa tornar-se dono de uma pequena parcela dela, participando dos resultados que venha a ter. Essa é uma área ainda não tão explorada no Brasil. Aqui, apenas 0,5% da população investe em ações, sendo que nos Estados Unidos, por exemplo, essa taxa é de 60%, mas continua sendo uma ótima oportunidade para quem busca ganhar um dinheiro extra.

O professor de economia Altamir Timóteo explica que atualmente existem títulos que possuem uma taxa de juros cambial que valem o investimento pela possibilidade de adquirir um valor agregado maior do que o investido. “Você pode estar investindo em uma certa Bolsa de Valores, em certo título, que não vai ser tão rentável assim. Mas existem outras como a Petrobrás, Vale, Tam, que possuem títulos bastante sólidos no mercado e com um rendimento muito maior em função de serem empresas de grande porte, bem viável pra esse tipo de coisa”.

Investir em ações da Bolsa de Valores não significa ganhar dinheiro fácil. Inteirar-se de como o mercado funciona é essencial para aplicar seu dinheiro de maneira correta.

Esse é um investimento à longo prazo e exige conhecimento em termos do que é investir em ações, mas há algumas estratégias que permitem certa segurança sobre o retorno. A primeira dica para quem quer sair do vermelho e entrar para a área de investimentos é se cadastrar numa corretora. Qualquer pessoa pode começar a investir e com qualquer valor, inclusive há pessoas que fizeram da oportunidade a sua profissão. Mas o professor alerta: como o próprio nome diz, esse é um mercado de risco. “Ganhar dinheiro é muito relativo, se a economia vai bem, se a empresa for bem, você está ganhando, mas se a economia vai mal, está em crise, já é a mesma coisa. Por isso, a ação de investimento é em longo prazo, no mínimo cinco anos”.

Existem empresas que realizam cursos preparatórios para quem tem interesse na área de investimentos, inclusive em Guarapuava. Os cursos explicam as tendências do mercado, fazendo esse trabalho justamente para facilitar o acesso das pessoas, para que possam investir e futuramente ter um valor rentável. E para os jovens que se interessam, há planos especiais, para que ele aprenda sobre a área e comece a investir.

Por que investir em ações?

1. Essa é a uma oportunidade de rendimento maior do que outros tipos de aplicação como a poupança, por exemplo.

2. É prático e simples. O primeiro passo é se inteirar de como funciona o mercado financeiro, abrir uma conta numa corretora, enviar o dinheiro para aplicação e comprar ações.

3. Diversificação de investimentos. Para quem quer navegar pelos mares do mercado financeiro, precisa estar ciente de que as oscilações são bastante frequentes. Sempre há a possibilidade de uma quebra do banco, por exemplo, e aí perde-se todo o dinheiro investido nas ações. Você pode ficar rico em uma hora ou perder tudo em segundos. O segredo é diversificar e investir em mercados diferentes, dando retornos variados de acordo com a situação política econômica.

Editado por Giovani Ciquelero

Técnica de hipnose é utilizada no tratamento de doenças

Poliana Kovalyk

A Reprogramação Neurodimensional (RND) é uma técnica com base na hipnose científica, que tenta resgatar na história de vida do paciente registros que determinam a atual condição existencial, a fim de ajudar no processo de controle e melhorar a sua qualidade de vida. Além disso, como afirma o terapeuta e hipnólogo Philipe Wagatsuma Vilhena Granado, a RND é uma técnica bastante utilizada no tratamento de doenças e traumas. “A gente utiliza a regressão dentro da hipnose porque você consegue trazer do inconsciente 80% das informações que estão guardadas, dependendo do nível da hipnose. Quanto mais ampla e profunda a hipnose, mais fácil é trabalhar as informações. Então quando você traz esse 100% das informações, você consegue ter acesso às memórias daquela pessoa e dar ênfase na regressão de forma terapêutica, de forma completa. Então você volta no dia de ontem, no dia de ante ontem”.

Essa é uma técnica antiga, mas que há pouco começou a ser desmistificada e difundida. Há indícios de que a hipnose já vinha sendo utilizada na antiguidade, em rituais por povos antigos como os maias, os astecas, os persas e os gregos. Mas ela começou a ser estudada realmente por volta de 1880, por Franz Anton Mesmer, que introduziu a técnica de hipnose na medicina acreditando nela como forma de curar as pessoas. Mesmo sendo perseguido por outros médicos e sendo taxado como charlatão, foi a partir dele que se iniciaram novas pesquisas sobre o tema, a procura de respostas para esse, que é um efeito natural dos seres humanos.

Atualmente, a hipnose está muito mais difundida, porque começou a se perder o medo da técnica. Hoje, ela é aplicada com êxito crescente em uma gama muito grande de distúrbios e patologias que afetam o homem. “Colocando a pessoa em hipnose, ela fica mais suscetível a receber sugestões, direcionamentos. A técnica de hipnose não é nada de outro mundo, tem que ter dom. É uma coisa natural intrínseca aos seres vivos que possuem capacidade de raciocínio”, explica o hipnólogo. Sabe-se que a técnica, utilizada de forma correta, pode ajudar em distúrbios comportamentais, problemas psico-somáticos, compulsões, insônia, manias, depressão, obesidade, vícios de todos os tipos, complexos, baixa auto estima, ansiedade, eczema, enurese, enxaqueca, estresse, fobias, frigidez, gagueira, tira a timidez, aumenta a capacidade de memorização, a segurança, melhora o desempenho físico, mental e sexual alterados, entre outros.

Para alcançar um bom nível de transe hipnótico, o paciente precisa confiar no terapeuta, se sentindo seguro e confortável, e para isso, na Reprogramação Neurodimensional, utiliza-se poltronas, macas, sofás e divãs confortáveis, que possam favorecer a situação de relaxamento. Pode-se dizer que mais de 90% dos atendimentos levam a um nível hipnótico adequado para aplicar-se uma boa terapia. “Todo mundo é hipnotizável de alguma forma. Estatisticamente, na hipnose, 98% da população está, pelo menos, no nível 1 da hipnose, que é o sugestionamento mais brando, como pedir para o paciente piscar. Há vários níveis da hipnose, mas todas as pessoas podem aprofundar seu nível. Por exemplo, uma pessoa que está no nível 2 pode chegar ao nível 3, porém, uma pessoa que é nível 4 nunca chegará ao nível 5, que é considerado pleno”.

O terapeuta e hipnólogo Philipe Wagatsuma explica que a hipnose é utilizada para buscar as informações contidas na memória, e assim, tratar doenças e problemas emocionais


Eficaz, mas perigosa forma de tratamento

Atualmente no Brasil não existe uma legislação que trate diretamente da hipnose, mas ela é bastante utilizada por médicos, pedagogos e odontólogos no tratamento de problemas e doenças. Muitas vezes essa torna-se uma importante ferramenta terapêutica utilizada pelos profissionais para reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos, para reduzir os desconfortos e ajudar na aceleração dos tratamentos.

Philipe garante a eficiência da hipnose no tratamento de certas doenças, desde que haja uma relação de confiança entre terapeuta e paciente, porém, por se tratar de uma profissão desregulamentada, e por se tratar muitas vezes de traumas e problemas emocionais das pessoas, essa pode se tornar uma técnica perigosa, assim como explica o psicólogo Dhyone Schinemann. “Há, porém alguns fatores a serem considerados antes de tratarmos tal técnica isolada como uma panacéia, capaz de aplacar todos os males do corpo e da mente, bem como devemos tomar o cuidado de, por enquanto, não tratarmos como uma profissão nem a Hipnose, nem a Grafologia, por exemplo, ambas as técnicas auxiliares de grande valor”. Dhyone explica que, antes de tudo, é importante ressaltar que não trata-se de algo simples que qualquer um pode aplicar. “Uma dor de cabeça que poderia ser aplacada pelo uso da hipnose, por exemplo, pode esconder muitas outras problemáticas como hipertensão, sinusites, problemas de visão ou neurológicos até mesmo tumores, sendo que a aplicação não só da hipnose, mas de qualquer técnica isoladamente por pessoa não capacitada poderia agravar muito qualquer uma destas condições”.

A hipnose leva o paciente ao estado de relaxamento consciente. E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a técnica não envolve pêndulos, nem uma atmosfera de mistério, como a hipnose de palco

Para alcançar um bom nível de transe hipnótico, o paciente precisa confiar no terapeuta, se sentindo seguro e confortável, e para isso, na Reprogramação Neurodimensional, utiliza-se poltronas, macas, sofás e divãs confortáveis, que possam favorecer a situação de relaxamento. Pode-se dizer que mais de 90% dos atendimentos levam a um nível hipnótico adequado para aplicar-se uma boa terapia. “Todo mundo é hipnotizável de alguma forma. Estatisticamente, na hipnose, 98% da população está, pelo menos, no nível 1 da hipnose, que é o sugestionamento mais brando, como pedir para o paciente piscar. Há vários níveis da hipnose, mas todas as pessoas podem aprofundar seu nível. Por exemplo, uma pessoa que está no nível 2 pode chegar ao nível 3, porém, uma pessoa que é nível 4 nunca chegará ao nível 5, que é considerado pleno”. Quanto mais profundo o transe, maior é a sugestibilidade. Isso não significa que o paciente estará sujeito à todo sugestionamento que lhe é feito, visto que ele fica todo tempo em plena consciência, tendo condição de pensar e sentir livremente. A hipnose é uma alteração do estado de consciência, no qual o indivíduo continua consciente e relaxado.


O uso incorreto da técnica hipnótica pode trazer à tona situações de desconforto ou desequilíbrio emocional, piorando o quadro do paciente

Ainda que o hipnotizador possa produzir somente um transe leve ou médio, ele não pode impedir que a técnica aproxime o paciente de perspectivas negativas de sua vida, podendo levá-lo ao desequilíbrio emocional, então, ao invés de ajudar, a hipnose acaba piorando seu estado clínico.

Outro problema é que tal técnica aumenta a capacidade de uma pessoa ser sugestionada, e quanto mais profundo o transe, maior sua sugestibilidade, assim, suas habilidades críticas são reduzidas ao ponto de aceitar, sem discernimento, tudo aquilo que lhe é posto no estado de transe. O hipnólogo afirma que um hipnotizador não pode levar o paciente a fazer alguma coisa contra sua própria vontade, visto que, durante a hipnose ele fica todo tempo em plena consciência, tendo condição de pensar e sentir livremente, porém, há controvérsias sobre o assunto.

Assim, a hipnose pode ser utilizada tanto como um fundamental instrumento no tratamento de problemas, mas seu mau uso pode causar sérios danos ao hipnotizado e, por isso, exige-se muito cuidado. Deste modo, é importante a procura por profissionais competentes, ligados à conselhos profissionais que regulamentam esta e outras práticas, tais como a Psicologia, a Medicina e a Odontologia que já fazem uso da Hipnose de modo ético e orientado dentro de seus pressupostos teóricos.

Editado por Vinicius Comoti

domingo, 20 de novembro de 2011

Estudo aponta dados quantitativos guarapuavanos

Yorran Barone

Levantamento realizado pelo IBGE revela que evolução populacional chega há 18%

Na última pesquisa efetuada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE) foi constatado leve crescimento populacional em Guarapuava, além de apontar outros dados quantitativos locais.

Segundo o estudo, o crescimento foi de 18,8%. Há cerca de onze anos, nosso município possuía 155.161 habitantes. Atualmente, os números chegam há 167.328, espalhados por uma área de 3.116 km².

Outro dado relevante reside no predomínio identitário populacional. Crianças de 0-4 anos, do sexo masculino, figuram a maior parte dos munícipes, preenchendo 14,3%, que totalizam 8.579 indivíduos. De mesma faixa etária, vêm em seguida, com 13,8%, em um total de 8.276. Interessante é que a pirâmide etária segue uma decrescente a partir da evolução de idade da população.

Do outro lado da tabela estão as pessoas de menor concentração, pois são apenas 14 os idosos de 90-94 anos.

Dados apontam

O levantamento revelou, ainda, outros itens quantitativos de nossa cidade. Em se tratando de Produto Interno Bruto (PIB) foi descoberto que o foco reside nos serviços. De todos os bens e serviços finais produzidos, 2.033.079, constatou-se que 1.478.089 integram aos serviços, cerca de 72%. Os outros 28% dividem-se em indústria, 397.096, e na agropecuária, 157.894.

Para o Geógrafo e professor, lotado no Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Cleyton Silva, estes serviços abastecem o consumo local, diferente do que ocorre em outras regiões. “Na discussão sobre a modernização do campo, que culminou no atual quadro, várias cidades são elos da economia pelos serviços. Esses, ligam-se a três tipo de consumo: o produtivo e o consultivo, que estão fora do município, portanto sua produção ocorrem em outro lugar, e o das famílias, que o caso de Guarapuava”, explica. “O abastecimento ocorre sob uma infinidade de pequenos e médios comércios voltados ao consumo das famílias, de classe média para baixo”.

No quesito educação revelou-se, ainda, uma tendência que difere da constatada na pirâmide etária, ou seja, concentração de educadores e instituições de ensino a pré-adolescentes. Dos 2.032 professores presentes, 13.369 (67,7%), são do ensino fundamental, 565 (27,9%), do médio e os 88 restantes (4,4%), da pré-escola. Além disso, das 145 escolas, 84 (57,9%), 31 (21,4%) e 30 (20,7%) preenchem os educandários de fundamental, médio e pré-escola respectivamente.

Em se tratando de saúde, Guarapuava possui 95 estabelecimentos. O foco reside nos recantos privados, com 51 (53,7%) além de outros 42 municipais (44,2%) e dois estaduais (2,1%) Destes, não há federais.

Por fim, foi constatada a frota local de veículos, 67.302. Os automóveis alcançam a marca de 42.116 (62,6%). Motonetas com 9.099 (13,5%) e camionetes, com 6.432 (9,6%) completam o ranking

Editado por Vinicius Comoti

sábado, 19 de novembro de 2011

Educação Fiscal é tema de evento

Poliana Kovalyk

Nessa sexta-feira, 18, foi realizada no Auditório Francisco Contini, na Unicentro, a I Jornada de Educação Fiscal. O prof. de física Sandro Aparecido dos Santos, coordenador da Jornada, explica que o evento contou com palestras, espetáculos culturais e atividades educativas durante todo o dia, a fim de promover um debate sobre a importância da fiscalização dos gastos públicos. “Nossa intenção é a conscientização das pessoas no sentido de cidadania no controle de gastos públicos, e alertar para o que está acontecendo. Será que nós estamos sendo participativos, acompanhando de fato o que está sendo feito com o imposto que a gente paga?”

Na parte da manhã o evento teve como público principal os alunos do Ensino Superior e professores, à tarde os alunos da Educação Básica e à noite foi aberta para a comunidade em geral. O Prof. Marcílio Hubner de Miranda Neto abriu a Jornada com a palestra “Educação Fiscal e Controle Social dos Gastos Públicos”, abordando a importância da conscientização para a consciência cidadã e construção de uma sociedade mais democrática. Logo após, o grupo Abaecatú apresentou a peça musical “Música e Poesia para Falar de Cidadania”, e, para fechar a programação do evento, foi realizada a peça teatral “O Auto da Barca do Fisco”, com o grupo Arte, Ética e Cidadania.

Sandro também apontou a programação do evento como uma ferramenta para atrair o público para a importância do assunto. “A programação contribui no sentido de ser atrativa. A palestra é bastante interativa e todas as atividades artístico-culturais têm como foco a educação fiscal. Então, a todo instante, nas passagens do espetáculo são dados recados para o público para chamar a atenção mesmo, no sentido de como o cidadão pode recorrer ao seu papel procurando se inteirar do que está acontecendo”.

Essa foi a primeira edição da Jornada de Educação Fiscal, mas Sandro já pensa na possibilidade de próximas edições, pela importância de se conhecer e julgar as ações dos governantes na gestão dos recursos públicos. “Já estamos pensando na próxima edição do evento para o ano que vem, que vai ser maior, com mais dias, mais atividades, mais debates, mesa redonda, com mais entidades envolvidas”.

Editado por Vinicius Comoti

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mutirão busca prevenir o câncer de mama amanhã (19) em Guarapuava

Luciana Grande

Amanhã (19) será realizado um mutirão para a prevenção do câncer de mama, promovido pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cisgap). A ação, que ocorre todos os anos na cidade, tem por objetivo realizar exames preventivos contra a doença em mulheres de todas as idades. Já a mamografia será feita apenas naquelas com mais de 40 anos.

Enfermeiros, ginecologistas e alunos de enfermagem vão participar do evento. O atendimento será feito das 8h às 17h, na unidade do Cisgap (Rua Presidente Getúlio Vargas, 1523, Centro). As interessadas em participar devem comparecer no local com RG e cartão do SUS.

De acordo com Katsciane Yokota, uma das enfermeiras que estão coordenando a ação, o principal intuito do mutirão é diagnosticar o câncer precocemente para que haja eficácia no tratamento. “Se for descoberto logo no início, o câncer de mama pode ter percentuais altíssimos de cura. Há muitas mulheres que só procuram um médico quanto sentem os sintomas, o que compromete a cura. Por isso nós trabalhamos nessa prevenção”. Além disso, ela ressalta que o atendimento é feito para mulheres de todas as classes e idades.

Para mais informações o telefone de contato é o 3623- 4536

Editado por Vinicius Comoti

V Espetáculo de Balé é realizado em Guarapuava

Bárbara Brandão

Há cinco anos, Guarapuava é presenteada com um espetáculo de balé formada por alunos da rede municipal. São aproximadamente 280 bailarinos mirins que ensaiam durante o ano para realizar duas apresentações. Este ano, o tema do Espetáculo é a história da Cinderela, sendo apresentada no sábado (19) e domingo (20) no Pahy centro de eventos.

Com inicio às 20 horas, no sábado foram vendidos convites por R$5,00, que foram destinados a 32 entidades de Guarapuava. Hoje, a entrada é franca. O público compareceu em peso no primeiro dia do evento. Cerca de três mil pessoas prestigiaram o belíssimo espetáculo, realizado pelos Núcleos Culturais da Prefeitura Municipal de Guarapuava.

Além das crianças da rede municipal, o espetáculo contou com a presença de alunos do curso de Arte e Educação da Unicentro, Bailarinos do Teatro Guaíra, Cia Arte e Manha, entre outros bailarinos convidados.

A cada dois anos, o espetáculo muda o tema, para este ano a história escolhida foi a da cinderela

David Felchak, um dos diretores artísticos, comenta que uma arte como essa não tem muito no Brasil e em Guarapuava existe. “Com a peça nós quebramos o tabu de que somente meninas fazem balé. Diversos meninos participaram desse espetáculo”. A peça também mostrou, durante a procura do príncipe pela cinderela, característica de alguns países no qual ele visitou a procura da dona do sapatinho de cristal. “O espetáculo também trouxe uma cultura maior, quem não conhecia a cultura dos países apresentados, com a peça pode conhecer”, afirma o diretor artístico.

Editado por Vinicius Comoti

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tatuagens: moda que requer cuidados

Bárbara Brandão

Antes de qualquer procedimento é preciso estar atento aos perigos

As modificações corporais têm estado em alta na sociedade atual. É muito comum, não apenas os jovens, mas pessoas de todas as idades colocarem brincos, ou fazer tatuagens no o corpo. Pesquisas revelam que as tatuagens surgiram ainda na sociedade primitiva. Por muito tempo as tatuagens foram vistas com preconceito pelos mais conservadores, entretanto, com os passar dos anos a popularização dessa prática tem tornado as tatuagens mais frequentes.
Para a realização de uma tatuagem é importante conhecer o trabalho de um profissional da área, para ganhar confiança e não se arrepender depois. Por isso, procure, pesquise, visite estúdios de tatuagens e depois decida qual é o melhor local. A higiene com os materiais utilizados durante o desenho é importantíssima. Tatuador há 12 anos, Fernando Luiz Ramos, trabalha em um estúdio de tatuagens em Guarapuava. “Os cuidados que nós temos é a utilização de materiais esterilizados e descartáveis”. Instrumentos não esterilizados nunca devem ser utilizados, pois pode transmitir doenças como a hepatite.
Como na juventude a personalidade de cada pessoa se determina, alguns jovens procuram através das modificações corporais se diferenciarem dos outros e não pensam no futuro. Com o passar dos anos, a pele sofre alterações. A dermatologista, Iara Rodrigues Vieira, conta como isso acontece. “Deve-se recordar que tatuagens são definitivas, envelhecem com a idade, além disso, a pessoa pode apresentar alergia aos componentes de algum dos pigmentos deixando um aspecto inestético indesejável, alguns pigmentos são difíceis de serem removidos totalmente e lembrar que a remoção deixa marcas”. Por isso, o desenho escolhido deve ser muito bem pensado. Escrever nomes de namorado (a) nem sempre é um boa ideia.
Após a tatuagem, Fernando conta quais são as medidas para uma boa cicatrização. “É importante usar a bandagem nos três primeiros dias após a tatuagem, além de passar a pomada de cicatrização e evitar alimentos como carne de porco e frutos do mar”. A dermatologista informa: “O processo de cicatrização sofre alterações em pessoas predispostas. Quando ocorre um traumatismo ou mesmo uma irritação, os fibroblastos começam a proliferar-se rápida e exageradamente”.

Uma das nove tatuagens de Ana Gabriela

Antes de procurar um estúdio de tatuagem o jovem também deve observar se o seu organismo tem pré-disposição para desenvolver as denominadas quelóides. “Quelóide é uma cicatriz que se hipertrofia com crescimento rápido, tornando-se grande, inestética e desfigurativa. É geralmente produzido por traumas ou irritação em pessoas predispostas”, explica Dr. Iara. A quelóide se forma a partir de cicatrização de machucados, deixando a pele com uma elevação na cor branca. As tatuagens não são recomendadas para pessoas com quelóide.
Mas para a estudante Ana Gabriela Souza, o problema não foi esse. Há três anos ela começou a fazer tatuagens e hoje tem nove delas espalhadas pelo corpo. Na sua última tatuagem, no antebraço, ela teve complicações. “Com as demais tatuagens a cicatrização foi perfeita, só a última tive inflamação, porque não tomei os devidos cuidados, comendo carne de porco, bacon e contato direto com a minha cachorra”. Quando isso ocorre é importante entrar em contato com o profissional que realizou o trabalho e descobrir o que poder ser feito. “Assim que percebi que estava inflamada comecei a passar anti- séptico e continuei com a pomada que o tatuador indicou”. As inflamações prejudicam o desenho realizado e esse passa a ter imperfeições.

A realização da última 'tattoo'

Mesmo após o processo de cicatrização, os cuidados com a tatuagem não devem ser esquecidos. Para que não ocorra perda na pigmentação, é importante o uso de protetor solar. Em casos de jovens menores de idade, é necessário levar uma autorização dos pais para a realização do trabalho.
As tatuagens vão muito alem de uma simples modificação corporal. Hoje, ela está relacionada a personalidades e valores culturais. Ela não está mais presente dentro de apenas um grupo, mas, pode pertencer a qualquer pessoa da sociedade, tornou-se comum em todas as idades e classes sociais. Os apaixonados por essa arte (como eu, que tenho uma ‘tattoo’ e já estou pensando na próxima) avisam, tatuagem é um vício! Depois da primeira você quer mais, por isso pense muito na hora de escolher o que tatuar e o profissional que vai fazer o procedimento.

Editado por Mário Raposo Jr.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Última parada


Katrin Korpasch

Continuamos nosso trajeto na rua XV de Novembro, até dobrarmos a direita na rua Euclides da Cunha, nome que homenageia um grande escritor brasileiro. A partir de 1888 Euclides da Cunha passou a fazer parte do jornal o Estado de São Paulo, para o qual mandava suas reportagens sobre a Guerra de Canudos. Assim, escreveu sua obra, Os Sertões.

Da rua Euclides da Cunha passamos para a rua Alcione Bastos, o primeiro aviador de Guarapuava, um dos primeiros do Paraná. Ele nasceu em 1912 e faleceu em 1944 em um acidente quando comandava uma aeronave em Salvador. Voltamos a Alcione Bastos depois de um rápido desvio pela rua Coronel Saldanha (veja o por quê no mapa abaixo).

Coronel José de Freitas Saldanha nasceu em 1841 e faleceu em 1898. Foi presidente da Câmara, juiz de paz, prefeito e deputado provincial.


Da rua XV até a Alcione Bastos, um aviador em nome de rua


Coronel Saldanha viveu em Guarapuava entre 1841 e 1898

Retomamos o passeio com uma conversão à direita para chegar até a rua Pedro Siqueira, que foi um fazendeiro, bandeirante e político importante em Guarapuava. Ele era o dono do escravo Belmiro de Miranda, sobre o qual já falamos em nossa série. Todas as ruas pelas quais passaremos hoje apresentam, na maior parte de sua extensão, atividades comerciais, já que passam basicamente por áreas mais centrais da cidade.

Depois disso tomamos a rua Capitão Frederico Virmond. Capitão Virmond foi um carioca que veio para Guarapuava em 1852. Aqui exerceu vários cargos, foi delegado, presidente da Câmara Municipal, deputado estadual e vice-presidente do estado. Além disso, foi um empresário, fundou a “Sá Virmond e Cia” em 1860, a primeira grande companhia da cidade. Na loja eram comercializados chapéus, tecidos, armas, armarinhos, entre outros. Virmond também se dedicava ao comércio de animais em larga escala, fundou o Sítio Santa Maria, no qual cultivava grandes quantidades de cana de açúcar e algodão.

Tomando a Capitão Frederico Virmond

Com 3,6 km, a rua Capitão Frederico Virmond se estende do Bairro Santa Cruz até o Alto da XV

Chegando novamente ao Bairro Santa Cruz, do qual partimos no começo de nosso passeio, passamos pela rua Engenheiro Antonio Rebouças. Segundo o professor de História da Unicentro, Ariel Pires, no começo do século XX foram criadas muitas ruas (e também municípios) com nomes de engenheiros, construtores das estradas de ferro e das rodovias do Paraná. “Na ótica de quem deu nomes às ruas foram pessoas que trouxeram progresso”, explica. Antônio Rebouças foi um destes engenheiros.

De volta à Afonso Botelho, no Bairro Santa Cruz

A seguir voltamos para a rua Afonso Botelho, perto de onde partimos. E assim chegamos ao final de nossa rota. Confira na última matéria da série o balanço final deste passeio.

Editado por Poliana Kovalyk